publico.pt - 29 ago. 10:39
Há mais 12% de alunos estrangeiros nas escolas
Há mais 12% de alunos estrangeiros nas escolas
Falha impediu a renovação dos contratos dos mediadores linguísticos e culturais, que promovem a integração de crianças imigrantes.
Continuam a aumentar os alunos imigrantes na escolaridade obrigatória em Portugal. Segundo dados fornecidos pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação ao Diário de Notícias, os 157 mil estudantes matriculados no ano lectivo passado representam uma subida de 12% em comparação com 2023/2024, em que havia 140 mil alunos de nacionalidade estrangeira.
Ainda segundo a tutela, a “evolução foi particularmente rápida nos últimos anos: em dois anos lectivos, o número de alunos estrangeiros duplicou, de 70 mil para 140 mil”. Actualmente, quase um em cada seis alunos em Portugal é estrangeiro.
Entretanto, o Jornal de Notícias desta sexta-feira revelou que as escolas ficaram a saber, a 15 dias do início do ano lectivo, que não podem renovar os contratos dos mediadores linguísticos e culturais, que promovem a integração de crianças imigrantes, o que não permite tê-los ao serviço no começo das aulas. Isto apesar de o Governo ter prometido não só renovar contratos, como até contratar mais 42 mediadores, que sem esse acréscimo totalizam neste momento 268 profissionais.
Directores escolares e mediadores estão indignados com a falha. Feita através do Sistema Interactivo de Gestão de Recursos Humanos da Educação, a renovação só pode ser feita se o profissional tiver tido um horário completo no ano anterior, com início até 16 de Setembro de 2024. Sucede que a luz verde para as contratações só chegou em Janeiro deste ano, razão pela qual o ministério está a responder às escolas que só resta abrir novo concurso.
Está autorizada a contratação de 310 técnicos para 347 unidades orgânicas, um aumento face ao ano passado, em que eram só 287. “Não faz sentido nenhum nesta altura termos mais um concurso, mais burocracias que vão levar semanas! Só pedimos que nos deixem reconduzir os mediadores”, disse ao JN o presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima.