observador.ptObservador - 28 abr. 00:04

A Euribor está a descer. Mas convém manter os pés bem assentes no chão

A Euribor está a descer. Mas convém manter os pés bem assentes no chão

A prestação vai continuar a cair ou já passou o melhor? A resposta, como quase tudo na economia, é: depende.

Depois de um ano de 2024 marcado por alívio para muitos mutuários, entramos agora num 2025 onde a tendência da Euribor continua a ser de descida — mas com um ritmo claramente mais contido. A pergunta que recebo com mais frequência é simples: “Bruno, a prestação vai continuar a cair ou já passou o melhor?”

A resposta, como quase tudo na economia, é: depende. E convém que não nos deixemos iludir por um otimismo exagerado.

A descida está a acontecer. Mas já não é o que era
Em 2024, assistimos à maior queda da Euribor em mais de uma década. Em dezembro, a taxa a 12 meses fixava-se nos 2,43%. Em abril de 2025, está perto dos 2%. Está mais baixa, sim — mas a diferença entre os meses já não impressiona.

Este abrandamento era esperado. O Banco Central Europeu (BCE) já reduziu a taxa de juro diretora cinco vezes consecutivas, e sinalizou que pode continuar — mas sem pressas. A inflação teima em não ceder com a velocidade desejada, o crescimento económico está a abrandar, e há riscos externos (geopolíticos e não só) que obrigam o BCE a ter mão firme.

Prestação da casa: o que muda para as famílias?
Para quem tem um crédito habitação indexado à Euribor, especialmente a 12 meses, o impacto continua a ser positivo. Mas longe das reduções dramáticas que muitos esperam. Quem contratou um crédito em 2022 ou 2023 já sente algum alívio — estamos a falar de reduções de 50 a 100 euros em alguns casos — mas não vamos regressar aos tempos do “crédito quase grátis” de 2021.

E quem está agora a contratar um crédito? A tendência é boa, mas aqui entra a questão do indexante.

A escolha da Euribor certa é mais importante do que nunca
Em 2024, muitos optaram pela Euribor a 12 meses, procurando mais estabilidade numa altura de subidas. Agora que estamos em fase descendente, a Euribor a 3 ou 6 meses pode ser mais vantajosa — porque reflete mais rapidamente as descidas. Mas atenção: com maior sensibilidade ao mercado, também pode subir mais depressa, caso algo mude.

É aqui que entra o perfil de risco. Quem prefere estabilidade (e dormir descansado com uma prestação constante por mais tempo), pode continuar a beneficiar da Euribor a 12 meses. Quem quer aproveitar cada ponto percentual a descer, terá de aceitar mais flutuação.

Que indexante escolher agora?
Mais do que tentar prever o que vai acontecer nos próximos seis meses (o que nem o BCE faz com certezas), o mais importante para qualquer consumidor é comparar propostas, simular diferentes cenários e escolher com base na sua realidade financeira e não apenas na expectativa do mercado.

No ComparaJá, temos visto cada vez mais pessoas a fazer este exercício — e ainda bem. Porque, independentemente do rumo da Euribor, estar informado é sempre a melhor forma de proteger o orçamento familiar.

NewsItem [
pubDate=2025-04-28 01:04:18.0
, url=https://observador.pt/opiniao/a-euribor-esta-a-descer-mas-convem-manter-os-pes-bem-assentes-no-chao/
, host=observador.pt
, wordCount=468
, contentCount=1
, socialActionCount=0
, slug=2025_04_27_911637070_a-euribor-esta-a-descer-mas-convem-manter-os-pes-bem-assentes-no-chao
, topics=[opinião, economia, euribor, banca]
, sections=[opiniao, economia]
, score=0.000000]