Daniel Oliveira - 28 abr. 06:49
Televisões e 25 de abril: mais vale ser o homem que morde o cão
Televisões e 25 de abril: mais vale ser o homem que morde o cão
As televisões dividiram o ecrã, como se uma manifestação de dezenas de milhares de democratas e umas dezenas de nazis representassem a sociedade polarizada. Os alinhamentos deram primazia à violência. A utilização pacífica e feliz dos instrumentos democráticos é pouco telegénica. Notícia é quando o homem morde o cão. E o prémio é para quem o morder quando as câmaras estão por perto.
Na sexta-feira, estive, como todos os anos, na descida da Avenida da Liberdade, em Lisboa. Para além do desfile do ano passado, em que se assinalava meio século de democracia e a extrema-direita acabara de eleger 50 deputados, terá sido o maior de sempre. Enquanto descia avenida, disseram-me que havia problemas no Martim Moniz e no Rossio e que era a isso que as televisões estariam a dar cobertura. Fui ver os sites e, estando no meio da multidão que enchia toda a avenida de forma mais compacta do que o habitual, tive uma sensação de irrealidade: quase todos abriam com uma manifestação de umas poucas dezenas de pessoas.
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