sol.sapo.ptmagalhaes.afonso@newsplex.pt - 29 abr. 00:40

A inquietante Frau Leyen

A inquietante Frau Leyen

O sentimento e postura política belicosa anti-russa de von der Leyen e dos seus cúmplices parecem viscerais

1. Ursula von der Leyen é uma figura no mínimo inquietante. Circulam nas redes sociais dados biográficos nebulosos. Quando foi ministra da Defesa alemã, entre 2013 e 2019, já se empenhara no rearmamento da Alemanha e na expansão da NAT. Por outro lado, a Comissão e a sua Presidente nada fizeram para que a Rússia se europeizasse e democratizasse, quando essa possibilidade se apresentou. Pelo contrário, humilharam os Russos.

A Comissão Europeia e a sua Presidente falam de paz, mas promovem a guerra. Contribuíram para a invasão da Ucrânia cercando-a com países que tendo estado na órbita da Russia e mantendo populações russófonas estão agora na NATO. A entrada preparada da Ucrânia na NATO era a linha vermelha para Putin*. A Comissão fez e faz tudo para que a guerra prossiga, sabendo seguramente que dela só pode resultar o sacrifício inútil da vida de milhares de ucranianos e a perda de mais território. Em breve não restará nada. Porquê? Que interesses serve von der Leyen?

2. Em 2013 Angela Merkel definiu a UE numa fórmula que se tornou célebre: «A Europa representa 7% da população mundial, 25% do seu PIB e 50% das despesas sociais».

Doze anos mais tarde, numa entrevista ao Le Point o general na reserva Guillaume Angel atualizou a fórmula de Merkel: «500 milhões de europeus pedem a 300 milhões de americanos que os protejam de 140 milhões de russos».

No The Economist a antiga primeira-ministra finlandesa Sana Marin avança no mesmo sentido três números: «Os membros europeus da NATO têm um PIB acumulado de 23 000 mil milhões de dólares, ou seja, dez vezes o valor do PIB russo». 

3. A ideia de uma invasão da Europa pela Rússia é tão absurda que parece ocioso enfrentá-la!* E invadiria para quê? Já chegam a Putin os problemas que tem na terra dele com os seus compatriotas. E venceria os sucessivos países da Europa, com que tropas? Quem quereria morrer numa guerra dessas? Ocupavam os territórios conquistados com que gente? O Senhor Putin poria as pessoas obedientemente a fazer o quê? A URSS tinha uma ideologia para exportar. Putin não tem nada para propor.

4. O leitor pode dormir tranquilo, abandonar o seu bunker, dispensar cobertores de sobrevivência e pôr na gaveta lanternas e pilhas: o cenário de uma guerra mundial é uma quimera. Num livro publicado recentemente em França, Frédéric Encel, um geopolítico reputado , afirma com convicção que uma guerra mundial não acontecerá, O autor, expõe as sete razões que, segundo ele, nos protegem contra um sinistro “remake” dos conflitos de 1914-1918 e 1939-1945. Isto apesar da imprevisibilidade de Donald Trump e da brutalidade comprovada de Vladimir Putin.

Contra os discursos ansiosos e apocalípticos os argumentos apresentados por Frédéric Encel podem convencer até mesmo as mentes mais céticas, desde que aceitem o exigente exercício de pensar.

5. O nosso grande problema na Europa, o que ameaça todos os países europeus, é o modelo e a gandulagem desta inquietante União Europeia, belicista e gastadora. Europeus, não aceitemos o saque de mais 800 mil milhões de dólares!

* Ler, no Nascer do SOL, o meu artigo Putin e o Dilema de Ivan o Terrível

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