expresso.ptexpresso.pt - 29 abr. 18:00

“Durante o Estado Novo, a plantação das árvores do parque foi feita por assalariados rurais e por presidiários do forte de Monsanto”

“Durante o Estado Novo, a plantação das árvores do parque foi feita por assalariados rurais e por presidiários do forte de Monsanto”

Neste episódio do podcast Histórias de Lisboa, o jornalista Miguel Franco de Andrade conversa com engenheiro silvicultor Fernando Louro Alves, responsável pela implementação do Plano de Ação Local para a Biodiversidade em Lisboa. Oiça aqui a entrevista
Muitos lisboetas não sonham que a floresta luxuriante que domina toda a parte ocidental da cidade não tem mais de 90 anos de idade. Ao contrário do colosso da biodiversidade que hoje acolhe aves de rapina, esquilos vermelhos e diversas espécies de anfíbios, nos anos de 1930, a serra de Monsanto era um terreno desertificado e erodido, esgotado pelo cultivo intensivo de cereais e sobrepastoreio. O Parque Florestal de Monsanto começou a ser pensado como forma de resolver o problema de desflorestação que assolou o território português, ao longo de séculos, consumido pelo desmatamento para a construção naval e para o uso da madeira como combustível. Veados, gamos e javalis terão povoado as quintas aristocráticas que se estabeleceram nos arredores do parque em séculos passados. Mas foi só em meados do século XIX que começaram a surgir os primeiros planos para os montes com vista privilegiada tanto para o Tejo como para os arredores de toda a região. Foi nessa altura que a construção do túnel ferroviário que liga Campolide ao Rossio revelou um passado ainda mais distante: provas de uma ocupação humana de milhares de anos, quando o território era habitado pelo homem de neandertal. Matilde Fieschi

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Concebido para ser um parque de recreio, a florestação de Monsanto implicou o uso de mão de obra intensiva e o desalojamento dos habitantes dos vários núcleos populacionais (cujo realojamento marca ainda alguns bairros na periferia do parque). Como organismo vivo que é, teve várias fases de vida. Inicialmente recebido com desconfiança, nomeadamente devido às árvores “que nunca mais cresciam”, perante a desadequação ao território e às condições naturais de várias espécies de flora, foi só ao atingir a maturidade – várias décadas depois do plantio, por volta dos anos 80 do século XX – que o parque encontrou o equilíbrio ecológico dos dias de hoje.

Atualmente sabe-se que Monsanto é essencial para aumentar as concentrações de oxigénio na baixa atmosfera, contribuir para a renovação do ciclo da água e diminuir as ondas de calor de uma metrópole vulnerável às alterações climáticas.

Neste episódio de Histórias de Lisboa, Miguel Franco de Andrade e engenheiro silvicultor Fernando Louro Alves revelam os segredos de Monsanto, uma floresta na cidade.

Histórias de Lisboa é um podcast semanal do jornalista da SIC Miguel Franco de Andrade com sonoplastia de Salomé Rita e genérico de Nuno Rosa e Maria Antónia Mendes.

A capa é de Tiago Pereira Santos em azulejo da cozinha do Museu da Cidade - Palácio Pimenta.

Ouça aqui as ‘Histórias de Lisboa’:

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