publico.pt - 29 abr. 15:51
Avaliação das casas dispara 16,9% em Março e atinge novo máximo
Avaliação das casas dispara 16,9% em Março e atinge novo máximo
Dados de Março mostram um aumento no número de avaliações bancárias para efeitos de concessão de crédito, que superaram as 36 mil. Garantia pública pode explicar parte desse crescimento.
O valor mediano de avaliação bancária na habitação atingiu 1847 euros por metro quadrado em Março, mais 37 euros ou 2% do que o observado no mês precedente, e novo máximo histórico. Em termos homólogos, a subida é de 16,9%, uma aceleração face ao crescimento de 16% verificada no mês de Fevereiro de 2025, segundo os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O aumento do valor das casas, avaliadas por peritos independentes, é explicado, em parte, pelo crescente número de avaliações, que ascendeu a 36.605 processos, o que representa uma subida de 4,3%, ou 1510, face ao mês anterior, e um aumento de 19,9% em termos homólogos. Tratou-se também do número mais elevado de avaliações desde o início do ano, repartido por 24.182 apartamentos e 12.423 moradias.
O aumento de pedidos de crédito, por sua vez, está a ser influenciado pelo acesso de mais jovens à garantia pública, medida criada pelo Governo (actualmente em gestão) para facilitar a compra de habitação com recurso a crédito. Destinada a jovens até 35 anos, esta medida permite o acesso a 100% do crédito necessário para a aquisição de primeira habitação, com o Estado a garantir ou ser fiador até 15% desse montante.
Em cadeia, o aumento mais expressivo verificou-se no Alentejo, mais 37% face a Fevereiro, “não se tendo verificado qualquer descida”, destaca o INE.
Em termos homólogos, a variação mais intensa verificou-se na Região Autónoma da Madeira (19,4%), e também sem qualquer descida.
Por segmentos, o valor mediano de avaliação bancária de apartamentos foi 2071 euros por metro quadrado, 17,7% superior face a Março do ano passado.
Neste domínio, os valores mais elevados foram observados na Grande Lisboa (2750 euros) e no Algarve (2426 euros), tendo o Alentejo apresentado o valor mais baixo (1340 euros). A Região Autónoma da Madeira apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (20,1%), não se tendo verificado qualquer descida.
Comparativamente com Fevereiro de 2025, o valor de avaliação subiu 1,9%, registando o Alentejo o maior aumento (5,3%) e a Região Autónoma dos Açores o menor (1,3%).
Nas moradias, o valor mediano da avaliação bancária fixou-se em 1369 euros em Março, um acréscimo de 10,5% em relação ao mesmo mês de 2024, com os valores mais elevados a registarem-se na Grande Lisboa (2509 euros) e no Algarve (2487 euros), registando o Centro e o Alentejo os valores mais baixos (1020 euros e 1117 euros, respectivamente).
A Região Autónoma da Madeira apresentou o maior crescimento homólogo (16,2%), não se tendo registado qualquer descida.
Comparativamente com o mês anterior, o valor de avaliação subiu 1,6%, e a Região Autónoma dos Açores apresentou o crescimento mais elevado (1,8%), enquanto as únicas descidas ocorreram na Região Autónoma da Madeira e na Grande Lisboa (-0,9% e -0,8% respectivamente).
Por regiões (NUTS III), as maiores valorizações face à mediana do país verificaram-se na Grande Lisboa (47,1%), no Algarve (32%), na Região Autónoma da Madeira (15,5%), e na Península de Setúbal e no Alentejo Litoral, ambos com 5,4%.
Já abaixo da mediana, esteve o Alto Tâmega e Barroso (ambos com -52,6%), o Alto Alentejo (-51,5%) e a Beira Baixa (-50,7%).