publico.pt - 29 abr. 15:09
Montenegro critica SIRESP mas diz que Governo foi “rápido”
Montenegro critica SIRESP mas diz que Governo foi “rápido”
O primeiro-ministro fez uma conferência de imprensa enquanto ainda decorria o Conselho de Ministros e defendeu-se das críticas dos partidos, em particular do PS.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, reconheceu esta terça-feira que houve um "mau funcionamento", que não é de agora, do SIRESP, mas defendeu a velocidade de reacção do seu executivo e argumentou que o Governo colocou o ministro da Presidência a falar nas rádios para "promover as mensagens principais no momento". "Posteriormente, eu próprio, tive oportunidade de falar com as televisões, jornais, agência Lusa, rádios e actualizar e dar indicações com base no que era transmitido pelas autoridades", afirmou em declarações aos jornalistas a partir da residência oficial de São Bento, enquanto decorria ainda o Conselho de Ministros extraordinário convocado depois do apagão de segunda-feira.
Questionado sobre a ausência da palavra "rapidez" do conjunto de adjectivos por si usados, Luís Montenegro afirmou que a resposta foi "rápida". Quanto ao envio da mensagem da Protecção Civil, cinco horas depois do apagão, Montenegro justificou com "duas circunstâncias". Segundo o primeiro-ministro, o Governo quis privilegiar "o contacto directo através da rádio, o meio mais massificado" e, diz, "a Protecção Civil nas primeiras horas esteve ocupada com as áreas mais críticas".
Confrontado com a demora no envio de uma mensagem da Protecção Civil às populações (que foi recebida por apenas algumas pessoas), Montenegro argumentou que isso só provou que "o Governo tomou a opção certa de falar através dos meios de comunicação social".
O primeiro-ministro anunciou ainda algumas das decisões que foram tomadas no encontro de governantes, nomeadamente, a solicitação de uma auditoria europeia para avaliar os sistemas eléctricos dos países afectados e para"o esclarecimento dos portugueses perante um problema sério que não teve origem em Portugal". Além disso, o Governo quer criar uma Comissão Técnica Independente em Portugal que faça uma avaliação aos mecanismos de reacção e gestão desta crise, da resiliência e recuperação do sistema eléctrico, à resiliência das infra-estruturas e serviços críticos e também ao funcionamento do sistema de protecção civil, de comunicações e da área da saúde e que inclua sete personalidades: especialista em energia; especialista em protecção civil especialista em sistema e comunicações; especialista em saúde e três personalidades indicadas pela Assembleia da República.
Foi também decidido não prolongar nem agravar a declaração de crise energética, não havendo medidas de restrição nos combustíveis e que todos os prazos de obrigações fiscais que terminavam na segunda-feira (28 de Abril) fossem prolongados até quarta-feira (30 de Abril).
O primeiro-ministro anunciou também que é intenção deste Governo inserir as centrais do Baixo Sabor e do Alqueva na função de black start, ou seja, arranque autónomo do sistema eléctrico, para acelerar o restabelecimento da energia, caso haja uma situação como a de segunda-feira. A função já existe na central da Tapada do Outeiro e será prolongada quatro anos (o prazo terminaria em Março de 2026 e será prorrogado até 2030).