Maria Castello Branco - 29 abr. 22:18
Quando a luz falha
Quando a luz falha
Não é o regresso das grandes narrativas. É o regresso das mãos previsíveis. É o regresso à política aborrecida — porque, em tempos incertos, o tédio é uma forma de esperança. Não promete o céu. Mas segura o chão
O que aconteceu na segunda-feira não foi apenas uma interrupção técnica. Foi um curto-circuito simbólico. A luz caiu, sim — mas o que se apagou, por instantes, foi a ilusão de que temos tudo sob controlo. Ficámos entregues a nós próprios, sem rede, sem desculpa. Corpos parados. Vidas suspensas. Uma sociedade moderna em modo de espera, revelada na sua versão mais crua: fragmentada, ansiosa, quase primitiva.
Já é Subscritor? Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler