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Apagão, vulnerabilidade e resposta individual

Apagão, vulnerabilidade e resposta individual

Frente a crises, como o apagão que parou Portugal, resiliência individual se torna crucial quando não há resiliência do Estado.

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

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O apagão que parou Portugal inteiro revelou a fragilidade estrutural do país e sinalizou a necessidade de ações individuais preventivas frente a possíveis crises coletivas futuras.

A médica aqui treinada em cenários críticos e resposta rápida a emergências sinaliza para todos que o apagão mostrou a lentidão e a desorganização na reposta a uma crise (de pequena magnitude, afinal, apenas faltou energia). Fiquei mesmo impressionada.

Quando identificamos fragilidades sistêmicas (sintomas), temos, então, um cenário onde ações individuais podem minimizar ou mesmo neutralizar riscos. Sendo assim, segue abaixo uma lista dos sintomas (de fragilidades sistêmicas) e sugestão de conduta para minimização e/ou neutralização de riscos individuais:

1. Incapacidade de restabelecimento rápido do sistema de comunicações: sinaliza a necessidade individual de aquisição de meios de comunicação independentes (rádio walkie talkie e rádio a pilhas para ouvir noticias);

2. Supermercados e farmácias fecham frente à mínima disrupção coletiva: indica que há necessidade de um provisionamento de itens essenciais como água potável, alimentos não perecíveis para três dias (em lata), lanternas e pilhas, medicamentos, em especial, aqueles de uso contínuo, e controle de estoques e validade (a cada seis meses, revisitar esses estoques de emergência);

3. Frente ao risco específico de terremoto de alta magnitude: combinar com a família um local de reencontro próximo à casa em caso extremo, treinar crianças sobre como agir em caso de sismos intensos (visitar o museu do terremoto em Lisboa é bastante educativo), treinar adultos para desligar a eletricidade e o gás em casa (reciclar o treinamento a cada seis meses) e ter em casa capacetes, coletes sinalizadores, apitos, máscara com filtro N95 (para poeira), extintor de incêndio e manta para apagar incêndios;

4. Preparo físico: crises, no geral, exigem mais esforço físico do corpo, portanto, ter um corpo forte e saudável é um excelente investimento preventivo. A título de ilustração, neste apagão, além da falta de luz, nos faltou água. Meu marido e eu carregamos água escadas acima para vizinhos que, de outro modo, teriam muita dificuldade, uma vez que se tratava de exercício intenso (força e condicionamento cardiovascular).

5. Riscos de fast floods (enchentes), que pegam indivíduos em seus carros presos no trânsito: capacidade de quebrar vidros temperados (dos veículos) para escapar rapidamente em caso de risco de afogamento. Hoje em dia, há vários dispositivos (devices) disponíveis que o indivíduo pode ter dentro do carro, além de luvas manipulação de vidro em caso de emergência

Em tempo: este comentário não tem qualquer cunho político, ao contrário, tem por objetivo ser factual e embasar as recomendações para casos de emergência.

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