rr.pt - 29 abr. 15:00
BE considera que nacionalização da REN "é mais importante que nunca"
BE considera que nacionalização da REN "é mais importante que nunca"
Para Mariana Mortágua, "mais do que nunca se prova que a soberania de Portugal depende da sua capacidade para gerir, para controlar os sistemas de distribuição elétrica e a rede de eletricidade".
A coordenadora nacional do BE defendeu esta terça-feira que a nacionalização da REN - Redes Energéticas Nacionais "é mais importante do que nunca", após o apagão de segunda-feira, e considerou que a comunicação do Governo ao país "foi tardia".
"A nacionalização da REN, que é a proposta que o Bloco tem vindo a pôr em cima da mesa, é hoje mais importante do que nunca e é hoje mais visível que nunca esta prioridade", considerou Mariana Mortágua, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, um dia depois do apagão elétrico que afetou o território continental e Espanha.
Na ótica da bloquista, "mais do que nunca se prova que a soberania de Portugal depende da sua capacidade para gerir, para controlar os sistemas de distribuição elétrica e a rede de eletricidade".
"É óbvio que uma rede pública não evitaria todos os problemas, mas este evento mostrou-nos a fragilidade, mostrou-nos o quão sensível é a gestão desta rede pública em caso de estar ao serviço de interesses que não são o interesse do país", argumentou.
Mortágua considerou ainda que a comunicação do Governo acerca do corte generalizado de abastecimento elétrico "foi tardia" e deixou críticas às declarações do ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que cerca de uma hora depois do início do apagão admitiu a possibilidade de um ciberataque.
"Houve uma comunicação por parte de um ministro do Governo que foi irresponsável porque não tinha na sua posse todas as informações que necessitava para falar e porque contribuiu para gerar desinformação e esses foram erros que têm que ser apontados", advogou.
A coordenadora do BE rejeitou fazer deste caso um tema de campanha eleitoral ou de "confronto político", reiterando que o evento "revelou a suscetibilidade da rede elétrica nacional".
Mariana Mortágua lembrou que o BE já alertou para um parágrafo do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2024, no capítulo dedicado à "análise da situação nacional", que menciona que "ao nível económico, a presença de operadores e fornecedores estrangeiros, considerados de risco, em infraestruturas críticas e setores estratégicos nacionais, mereceu avaliação preventiva de ameaças à segurança interna, considerando, igualmente neste contexto, a salvaguarda da segurança económica nacional".
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11h30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do "apagão".
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.