observador.pt - 29 abr. 23:47
Apagão. Zelensky diz que situações como a vivida na Península Ibérica devem ter "resposta conjunta"
Apagão. Zelensky diz que situações como a vivida na Península Ibérica devem ter "resposta conjunta"
Zelensky lamentou o que "os amigos de Espanha e Portugal" viveram e defendeu o estabelecimento de redes de segurança "para que os países possam ajudar outros numa crise" energética ou de comunicação.
Acompanhe aqui o nosso liveblog sobre o apagão em Portugal
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky alertou esta terça-feira para a “grave crise energética” vivida na segunda-feira em Portugal e Espanha devido ao apagão maciço, observando que estes situações representam “um desafio” ao qual é necessário “responder em conjunto”.
Zelensky, que falava à distância numa reunião de países da Europa de Leste, lamentou o que “os amigos de Espanha e Portugal” viveram e recordou que na segunda-feira falou com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, sobre “possível assistência”.
“Os especialistas ucranianos têm uma experiência única na proteção e restauração de fontes de energia. A guerra ensinou-nos muito, não só como recuperar de ataques com mísseis e bombas russos, mas também como lidar com ataques cibernéticos e outras ameaças”, acrescentou.
Desta forma, manifestou a sua disponibilidade para partilhar a experiência, durante um discurso em que defendeu o estabelecimento de redes de segurança “para que os países possam ajudar outros numa crise” relacionada com o fornecimento de energia ou com os sistemas de comunicação.
Kiev disponibiliza ajuda de especialistas para trabalhos de recuperação
Zelensky, que pediu assistência para que a Ucrânia possa continuar a proteger as suas infraestruturas energéticas, “especialmente perto das fronteiras com a Rússia“, insistiu na necessidade de trabalhar pela paz, para a qual voltou a propor estabelecer um cessar-fogo de “pelo menos 30 dias”.
O Presidente ucraniano enfatizou ainda o papel da Bielorrússia durante o conflito, referindo que a Rússia “está a preparar algo este verão” em território bielorrusso.
Não forneceu detalhes, além de dizer que os dois parceiros usariam manobras militares como desculpa.
“É assim que geralmente começa um novo ataque“, alertou Zelensky, antes de sublinhar que a ameaça russa também se pode estender a outros países próximos da fronteira, como a Lituânia ou a Polónia.
O apagão de segunda-feira em Portugal e em Espanha foi o “mais severo” nos últimos 20 anos na Europa, afirmou esta terça-feira a Comissão Europeia, prometendo apoiar os países da Península Ibérica e a investigar o incidente.
O comissário europeu para a Energia e Habitação, Dan Jørgensen, frisou nas redes sociais que o executivo comunitário vai apoiar os dois países “de todas as maneiras possíveis” e uma “investigação minuciosa” será iniciada para apurar as causas.
The energy situation in Spain and Portugal is back to normal. This incident is the most severe for almost two decades in Europe.
We stand ready to support Spain and Portugal in all possible ways. Including initiate a thorough investigation.— Dan Jørgensen (@DanJoergensen) April 29, 2025
De acordo com uma estimativa feita pela agência noticiosa espanhola EFE, mais de 60 milhões de pessoas foram afetadas pelo apagão que deixou grande parte da Península Ibérica sem acesso à eletricidade, condicionando transportes públicos, aeroportos, e serviços de saúde.
Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11h30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.
O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu esta terça-feira de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado em Portugal.