Observador - 30 abr. 00:07
A Ameaça Externa na Política Interna Nacional
A Ameaça Externa na Política Interna Nacional
A política nacional está sob grande pressão. Conseguirá a AD resistir ao fantasma da subsídio-dependência socialista?
Há uns meses atrás já era visível que a eleição da Administração Trump iria ser devastadora para o Mundo. Como tema de vários debates, desde logo se percebeu que o cidadão comum anda alheado dos impactos que iriam ter.
Não fosse o bastante e bastava analisar o comportamento dos mercados na altura para perceber que não vinha coisa boa a caminho.
Num cenário internacional completamente louco com as decisões dos EUA e as suas contas sobre as taxas alfandegárias altamente duvidosas, duas guerras que não se prevê o seu fim a curto prazo e um Papa impedido de exercer a função na plenitude, a incerteza nos mercados é cada vez maior.
À porta de eleições em Portugal, percebe-se agora a ambição da esquerda portuguesa em derrubar o Governo AD do PSD e CDS.
Assistiremos a um proliferar de acusações e tentativas de inundar os cidadãos com promessas no sentido de minimizar os efeitos imediatos no bolso de cada um, com a ênfase habitual na atribuição de subsídios. Por outro lado, o discurso populista poderá continuar a confundir os menos atentos na sua inconsciência do Portugal real.
Perante esta ameaça global, os partidos da Aliança Democrática, penalizado agora pela baixa do reembolso no IRS, terão que ter a capacidade de contrariar as linhas orientadoras da esquerda, no sentido de garantir nova governabilidade estável e duradoura.
O preço a pagar pelo contexto internacional terá certamente um peso bastante grande no próximo Orçamento de Estado. Assiste-se já à proliferação de medidas imediatas de apoio às empresas em vários países europeus. A indefinição política nacional poderá fazer com que a aplicação das mesmas tardem no nosso País. Os preços escalam devido à inflação e o aumento do custo de vida é notório.
Estas situações colocam Portugal num dilema, quer face à necessidade de investimento na Defesa por via da NATO e dos compromissos nessa matéria, quer face à necessidade de apoiar os cidadãos num contexto económico instável.
A UE terá certamente um papel importante na atribuição de apoios diretos e indiretos para que a balança comercial, altamente dependente das relações comerciais com os EUA, possa manter-se nos níveis atuais.
Estes cenários colocam a política nacional sob grande pressão, fazendo com que assistamos ao proliferar de sondagens que mudam o cenário de governança com maior regularidade.
Perante todas estas ameaças, coloca-se a questão fundamental: conseguirá a AD manter a sua atual posição dominante face ao fantasma da subsídio-dependência socialista?
Aguardemos pelas cenas do próximo capítulo da política nacional a reboque das decisões numa UE em ebulição total virada para a guerra comercial internacional.