rr.ptOpinião de Convidado - 17 jun. 14:44

​Um Benfica de copo meio cheio e outro meio vazio

​Um Benfica de copo meio cheio e outro meio vazio

O comentador Bola Branca Francisco Sousa escreve sobre o Benfica-Boca Juniors e a tábua de salvação dos lisboetas.

Não começou mal e não terminou mal a estreia do Benfica no Mundial de Clubes. Mas a primeira viagem encarnada na nova competição da FIFA teve demasiada turbulência a meio.

O início de jogo das águias em Miami foi de imposição ante um Boca mais interessado em levar o encontro para uma dimensão física e de ataques mais diretos, atraindo a pressão e procurando lançar passes longos para a frente.

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Inclinando para o lado de Carreras (sempre capaz de alternar movimentos, mas mais aberto neste desafio), ora com variações de flanco (como na grande ocasião de Bruma) ou em combinações mais trabalhadas pela esquerda, o Benfica conseguiu gerar perigo nos 20 minutos iniciais, até acabar superado num dos tais lances de bola alongada do Boca - Dahl perdeu duelo aéreo na direita, Florentino não cobriu Blanco da melhor maneira e falhou também a defesa da área, com Otamendi exposto ao rasgo de Merentiel.

O peso do primeiro golo em termos psicológicos teve dimensões diametralmente opostas para as duas equipas. O Boca galvanizou-se, o Benfica assustou-se e o marcador voltou a mexer, com Dahl outra vez a ficar em evidência pela negativa num duelo aéreo, desta feita na bola parada.

O sueco é elemento estranho à faixa direita e isso notou-se igualmente na dimensão ofensiva, apesar de os encarnados terem buscado também aquele lado para criar ataques. Também nos duelos e pressão, o Benfica pareceu em inferioridade (questão do calor pode ter pesado).

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A bola parada acabou por ser uma tábua de salvação do resultado. Em dois cantos, um a terminar a primeira parte e outro a caminhar para o minuto 90, Otamendi impôs-se na zona do primeiro poste, para ganhar um penálti e fazer um excelente golo de cabeça.

Lá pelo meio, houve toda uma demonstração da inconsistência já velha conhecida do Benfica de Lage, que recorreu à inócua fórmula dos dois avançados, nem sequer tendo capacidade para potenciar cruzamentos e sofrendo o castigo da expulsão de Belotti por atingir adversário com um pontapé na cabeça.

Valeu, além de Otamendi, a forma como o Boca Juniors pareceu mais interessado em forçar um jogo de controlo defensivo, quezílias e perda de tempo constante (inenarráveis os 5 minutos de compensação concedidos na segunda parte), dando margem para que um Benfica em inferioridade numérica tivesse chegado ao empate.

E assim se mede o copo meio cheio, na expectativa que exista uma maior capacidade goleadora que a do conjunto argentino face aos amadores do Auckland City ou que a águia de Turim e das recepções a Atlético e Barça apareça no "clássico europeu" com o Bayern.

*comentador de futebol na Renascença

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