rr.ptrr.pt - 18 jun. 17:15

​ONU avisa: todos os envolvidos no extermínio em Gaza "são suspeitos de cometer crimes de guerra"

​ONU avisa: todos os envolvidos no extermínio em Gaza "são suspeitos de cometer crimes de guerra"

Chris Sidoti sublinhou que a comissão de inquérito tem identificado nos seus sucessivos relatórios "muitos incidentes específicos", sendo que, na maioria dos casos, foi possível "identificar as unidades militares envolvidas" e, consequentemente, os militares individualmente responsáveis pelos crimes.

Todos os militares israelitas que, de alguma forma, ajudam a implementar a estratégia de "extermínio" em Gaza devem ter noção de que poderão vir a ser responsabilizados e "em qualquer lugar do mundo", advertiu esta quarta-feira a ONU.

Numa conferência de imprensa, em Genebra (Suíça), sobre o mais recente relatório elaborado pela Comissão Independente e Internacional para a Investigação nos Territórios Palestinianos Ocupados (TPO), os membros deste órgão sublinharam a necessidade de responsabilização dos "crimes de guerra e crimes contra a humanidade" que têm sido "sistematicamente cometidos na Faixa de Gaza" por Israel como resposta aos ataques do grupo extremista palestiniano Hamas de outubro de 2023.

"A estratégia militar básica utilizada pelos israelitas desde 7 de outubro de 2023 leva à conclusão inevitável de que todos aqueles que desempenharam um papel, qualquer que seja, na implementação dessa estratégia são suspeitos de cometer crimes de guerra e crimes contra a humanidade", argumentou um dos três membros da comissão de inquérito, o australiano Chris Sidoti.

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Um dia após a comissão ter apresentado as conclusões do relatório perante o Conselho de Direitos Humanos da ONU, segundo as quais "o objetivo do Governo israelita é muito claro: a destruição da vida em Gaza", Chris Sidoti sublinhou que a comissão de inquérito tem identificado nos seus sucessivos relatórios "muitos incidentes específicos", sendo que, na maioria dos casos, foi possível "identificar as unidades militares envolvidas" e, consequentemente, os militares individualmente responsáveis pelos crimes.

"É apenas justo que todos aqueles que estão envolvidos de alguma forma no que está a passar em Gaza desde 7 de outubro de 2023 saibam que podem ser responsabilizados em qualquer lugar do mundo. Conhecemos muitas das unidades militares responsáveis por crimes de guerra e sabemos quais os soldados individualmente responsáveis por crimes de guerra", disse.

"Isto é uma responsabilidade de Estados terceiros, não apenas do TPI. O nosso mandato inclui responsabilização, e já estamos a partilhar a informação que recolhemos sobre unidades e indivíduos [suspeitos de crimes de guerra e contra a humanidade] com processos judiciais adequados de tribunais nacionais que nos solicitaram assistência para exercerem jurisdição universal, e esses pedidos estão a ser cada vez mais frequentes", revelou.

A presidente da comissão de inquérito, Navi Pillay, reiterou, como o fizera na véspera perante o Conselho de Direitos Humanos, reunido em Genebra, que "o ataque de Israel contra os palestinianos na Faixa de Gaza é o mais cruel, prolongado e extenso desde 1948" e acusou Israel de "crimes de guerra e, nalguns casos, de crimes contra a humanidade de extermínio".

A Comissão de Inquérito Internacional Independente, composta por três membros, foi criada pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas em maio de 2021 para investigar violações do direito internacional em Israel e nos territórios palestinianos ocupados.

A guerra na Faixa de Gaza foi iniciada em 7 de outubro de 2023, após um ataque do Hamas em solo israelita, que fez cerca de 1.200 mortos, na maioria civis, e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 55 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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