observador.pt - 18 jun. 19:30
NATO. PS pede ao Governo "leitura mais precisa" sobre impacto económico do investimento em Defesa
NATO. PS pede ao Governo "leitura mais precisa" sobre impacto económico do investimento em Defesa
Carlos César disse ter transmitido ao PM que o reforço do investimento na área da Defesa, pedido pela NATO, não deve prejudicar o Estado Social nem a "sustentabilidade das finanças públicas".
O presidente do PS considerou esta quarta-feira que o Governo deve fazer “o esforço” de atingir os 2% do PIB em despesas militares este ano, mas pediu-lhe uma “leitura mais precisa” sobre o impacto económico deste investimento.
“Compreendemos que, face à emergência que estamos a viver e com que nos estamos a confrontar no espaço europeu, é importante que já neste ano de 2025 o Governo possa fazer um esforço no sentido de se aproximar dos 2% de despesa na área da Defesa Nacional“, defendeu Carlos César, também secretário-geral interino do PS, em declarações aos jornalistas na residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa.
O socialista falava ladeado pelo candidato único do PS à liderança do partido, José Luís Carneiro, após uma reunião de cerca de 45 minutos com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, convocada pelo executivo a propósito da cimeira da NATO que decorre na cidade de Haia, Países Baixos, nos dias 24 e 25. Carlos César disse ter transmitido ao chefe do executivo que o reforço do investimento na área da Defesa, pedido pela NATO, não deve prejudicar o Estado Social nem a “sustentabilidade das finanças públicas”.
O presidente do PS fez questão de salientar que a sua preocupação é com a sustentabilidade das contas públicas, “não necessariamente um montante de défice ou de superavit”, depois de em abril Portugal ter pedido em Bruxelas que fosse acionada a cláusula de salvaguarda, excetuando das regras orçamentais europeias, designadamente da contabilização para efeitos de défice, investimentos a realizar em Defesa nos próximos anos.
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Este investimento, na ótica dos socialistas, deve também dinamizar a produção nacional associada ao setor. “Estamos, por isso, em convergência, é certo, do ponto de vista dos valores e do ponto de vista dos objetivos. Mas para nós é fundamental que o Governo nos faça uma leitura mais precisa da que hoje tem, sobre o impacto económico, o impacto financeiro, quer em termos das capacidades militares que devem ser acrescidas, quer em termos da nossa economia nacional”, alertou.
O primeiro-ministro reiterou esta quarta-feira que o reforço do investimento em Defesa não afetará o equilíbrio das contas públicas nem as despesas sociais e manifestou abertura aos contributos da oposição, em especial dos maiores grupos parlamentares. À saída do debate preparatório do Conselho Europeu, no parlamento, e uma hora antes de se reunir com PS e Chega em São Bento sobre este tema, Luís Montenegro foi questionado se já pode explicar como irá acomodar o aumento do investimento em Defesa para atingir, já este ano, para os 2% do PIB. “Já tive ocasião de dizer que este ano vamos acomodar com verbas do Orçamento do Estado e que não será necessário um Orçamento Retificativo, para futuro ver-se-á nos próximos orçamentos”, disse.
No entanto, Montenegro repetiu que o Governo nunca porá “em causa não só o financiamento de todas as despesas sociais como o equilíbrio das contas”.