observador.pt - 18 jun. 15:22
João mostrou que o "é o que é" é o que ele quiser que seja: Almeida vence quinta etapa da Volta à Suíça com solo de 50 quilómetros
João mostrou que o "é o que é" é o que ele quiser que seja: Almeida vence quinta etapa da Volta à Suíça com solo de 50 quilómetros
A segunda resposta do português chegou com um aviso a toda a concorrência, externa e... interna. Reduziu grupo nos Alpes, atacou e aguentou 50 kms a solo, numa exibição brilhante e sem precedentes.
Antes da alta montanha, teve início a reviravolta portuguesa em território suíço. Na terceira etapa da Volta à Suíça, chegou a vez de Quinn Simmons (Lidl-Trek) levantar os braços e triunfar pela primeira vez enquanto profissional, num dia marcado pela primeira demonstração de força de João Almeida (UAE Team Emirates-XRG), que atacou nos últimos metros e foi o mais rápido do pelotão, o que lhe valeu o segundo lugar e uns meros seis segundos ganhos ao camisola amarela Romain Grégoire (Groupama-FDJ). Ainda assim, o grande desafio do português estava guardado para esta quarta-feira, altura em que os ciclistas rumaram à alta montanha, numa espectacular etapa pelos Alpes e com incursão a Itália
“Foi uma etapa muito rápida. Foi difícil e decidi tentar. Foi um dia muito rápido, muito difícil e acho que seis segundos em três minutos não é muito, mas dei o meu melhor. A equipa trabalhou muito bem. Acho que foi um bom momento quando eu ataquei. Eles [os adversários] diminuíram um pouco o ritmo, mas faltava menos de um quilómetro para a chegada… não foi nada de mais. É o que é”, assumiu o português ao Eurosport, no final da etapa de terça-feira. Um dos principais pontos de interrogação prendia-se precisamente com a Emirates que, como tem sido habitual nos últimos tempos, continua envolta em epis��dios polémicos quando não tem Tadej Pogacar a competir. Depois da deceção no primeiro dia, a postura de Jan Christen levantou muitas dúvidas no seio da equipa, questionando-se, afinal, quem era o verdadeiro líder para esta Volta à Suíça. Como é apanágio da modalidade, as dúvidas ficaram desfeitas na estrada.
#tds2025 – Stage 4
???? Heiden
???? Borgonuovo di Piuro (Valchiavenna – IT)
????????♂️ 193 Km
☁ Weather: Overcast clouds
????️ 23°C (app 23°C, min 16°C – max 29°C)
☁️ Clou.: 90%, vis.: 100%
???? Hum.: 45%
????️ Wind: 4.4 km/h WSW (max: 12.1 km/h NNE)
Route: https://t.co/OqlHeq5L0z pic.twitter.com/Ga98cab5zq— La Flamme Rouge (@laflammerouge16) June 18, 2025
Antes da super escalada ao Splügenpass, as incidências da corrida começaram ainda antes da partida real, com Geraint Thomas (Ineos Grenadiers) a abandonar depois de ter caído na véspera e Juan Pedro López a sofrer um problema mecânico (Lidl-Trek). Foram várias as tentativas para estabelecer a fuga, mas a postura das equipas da geral levou a que os fugitivos fossem alcançados já na última subida categorizada do dia. Felix Grossschartner e Jan Christen foram os principais escudeiros de João Almeida que, na parte final da montanha, ficou sozinho e impôs um ritmo forte, que levou Grégoire a quebrar e deixou os perseguidores reduzidos a Felix Gall (Decathlon AG2R La Mondiale), Ben O’Connor (Jayco AlUla) e Oscar Onley (Picnic PostNL). A 2,8 quilómetros do alto, já depois de o australiano ter cedido, o Bota Lume arrancou de rompante e cruzou a contagem de montanha com cerca de 40 segundos de vantagem para a concorrência.
Na longa descida até Piuro, os perseguidores agruparam-se, mas a vantagem do português continuou a aumentar, ainda que a liderança continuassem um tanto ou quanto longe. Atrás, Christen atacava o companheiro de equipa na tentativa de chegar ao grupo perseguidor, sem sucesso. O contrarrelógio solitário continuou a produzir frutos para João Almeida que, a 20 quilómetros da meta, tinha 50 segundos de vantagem para o segundo grupo, onde Grégoire conseguiu reentrar com mais uma grande exibição nas descidas. Com a chegada do francês o grupo começou a descoordenar-se e, nos últimos seis quilómetros, os ataques começaram a aparecer. Na frente, o português segurou a vantagem e levantou os braços pela terceira vez na prova helvética depois de uma exibição de força, em que perdeu apenas oito segundos nos últimos 48 quilómetros.
A stunning victory for João Almeida as he wins Stage 4 of the Tour de Suisse ???? pic.twitter.com/ifGy0gcsQP
— Cycling on TNT Sports (@cyclingontnt) June 18, 2025
Desta forma, João Almeida chegou à 19.ª vitória da sua carreira e deu a Portugal o 12.º triunfo na Volta à Suíça. Em 2025, o ciclista de A dos Francos leva agora seis vitórias, igualando, assim, a melhor temporada da sua carreira, ainda que, em 2021, nem todas tenham sido no World Tour, ao contrário do que agora acontece. Ainda nas contas da etapa, Onley foi segundo a 39 segundos, ao passo que O’Connor completou o pódio, a 50. Na geral, o português ascendeu ao sétimo lugar, a 2.07 de Romain Grégoire. Kévin Vauquelin (Akéa-B&B Hotels) continua em segundo, a 25 segundos, com Julian Alaphilippe (Tudor) a integrar agora um pódio totalmente francês, com mais 29 segundos que o compatriota da Groupama.