rr.pt - 18 jun. 17:00
Anjos vs. Joana Marques. Produtora em lágrimas no tribunal
Anjos vs. Joana Marques. Produtora em lágrimas no tribunal
Pelo tribunal passaram também gerentes de três empresas que cancelaram contratos com o grupo musical. Alegaram que os comentários negativos sobre a banda levaram à rescisão.
Timi Montalvão, há 22 anos a trabalhar com os Anjos, emocionou-se ao prestar depoimento esta quarta-feira no julgamento que opõe os cantores à humorista Joana Marques, num processo em que é reclamada uma indemnização superior a um milhão de euros pelos danos causados por uma montagem de vídeo feita pela humorista relativamente ao hino cantado no MotoGP, em 2022.
“Eu não queria acreditar no que estava a ver”, afirmou em tribunal, depois de ser convidada a recordar aquele dia. “Ficámos tristes e surpreendidos. Era um evento transmitido para o mundo inteiro, era um momento de orgulho!”, declarou.
A produtora contou que teve conhecimento do vídeo de Joana Marques através da mulher de um dos cantores. Segundo Timi Montalvão, não restam dúvidas de que o conteúdo foi feito com “intuito malicioso”.
As consequências afetaram não só os irmãos Rosado, mas também as testemunhas. “Recebi mensagens com insultos... nem queiram saber o que é passar por isso”, desabafou.
“Uma coisa boa nunca consegue superar uma coisa má”Recordou ainda que a banda divulgou um vídeo captado com o telemóvel da própria produtora, onde se mostrava a verdadeira versão cantada. No entanto, lamentou: “Uma coisa boa nunca consegue superar uma coisa má.”
E acrescentou ainda: "O humor não pode tudo, não pode provocar humilhação pública."
Timi Montalvão sublinhou que o bullying digital persiste até aos dias de hoje, sempre que o caso é referido.
Joana Marques, arguida no processo, ainda não prestou declarações em tribunal, nem terá, até ao momento, apresentado pedido para o fazer. As testemunhas de defesa deverão ser ouvidas no próximo dia 30.
Prejuízos estimados em pelo menos 160 mil eurosHoje passaram também pelo tribunal os gerentes de três empresas que cancelaram contratos com o grupo musical. Alegaram que os comentários negativos sobre a banda levaram à rescisão de contratos, já que estes pressupunham uma boa imagem pública dos Anjos, bem como a valorização do seu lado solidário, que consideram ter ficado comprometido.
O julgamento decorre no sexto piso do Palácio da Justiça, em Lisboa, numa sala ampla com o ar condicionado avariado, sendo utilizada uma simples ventoinha para tentar refrescar os presentes.
Garrafas de água e papéis usados como leques servem de recurso para aliviar o calor intenso que se faz sentir no interior.