observador.ptobservador.pt - 18 jun. 22:00

Homem acusado pela morte de senhorio em Albufeira nega intenção de matar

Homem acusado pela morte de senhorio em Albufeira nega intenção de matar

Diogo Zorrinho, acusado de matar o senhorio com um golpe de faca no pescoço, no ano passado, disse esta quarta-feira que o sucedido foi um acidente e que não tinha intenção de matar o idoso.

O homem acusado pelo homicídio do senhorio em Albufeira, em 2024, negou esta quarta-feira em tribunal ter agido com a intenção de matar, alegando que o mesmo caiu sobre a faca durante uma altercação no estabelecimento que explorava.

Na primeira sessão do julgamento que se iniciou esta quarta-feira no Tribunal de Portimão, o pasteleiro Diogo Zorrinho, de 27 anos, disse ao coletivo que a morte do proprietário do estabelecimento que explorava, se tratou de um acidente durante um confronto físico entre ambos.

Diogo Zorrinho, em prisão preventiva, está pronunciado por um crime de homicídio simples pela morte de Joaquim Braz, de 77 anos, e tinha uma relação contratual com a vítima, devido ao arrendamento de um estabelecimento de pastelaria na cidade de Albufeira, no distrito de Faro.

O arguido foi inicialmente acusado pelo Ministério Público pelos crimes de homicídio qualificado, profanação de cadáver, furto qualificado e dano com violência, crimes que caíram durante a fase de instrução do processo.

Segundo a pronúncia, o arguido tinha uma dívida para com o senhorio, por rendas em atraso, tendo enviado uma mensagem a Joaquim Braz a marcar um encontro no estabelecimento para saldar a dívida, depois de este o ter interpelado por diversas vezes.

De acordo com o tribunal, os factos remontam a 21 de junho de 2024, quando, pelas 10h30, Diogo Zorrinho recebeu Joaquim Braz no estabelecimento e, no interior do escritório, os dois tiveram uma altercação, tendo o arguido, munido de uma faca, desferido um golpe na zona do pescoço que atingiu a vítima na artéria aorta.

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O arguido cobriu depois o corpo com sacos plásticos e, pelas 17h40, enviou uma mensagem para o telemóvel do senhorio a pedir que não se esquecesse de lhe enviar os papéis que comprovavam os pagamentos das rendas, refere a pronúncia.

Questionado pelo coletivo, Diogo Zorrinho disse que chamou o senhorio ao estabelecimento para efetuar o pagamento de metade de uma mensalidade em dívida, negando que fossem quatro rendas em atraso conforme refere a pronúncia, tendo este iniciado uma discussão no exterior e que se prolongou no interior do estabelecimento.

O arguido alegou que, no escritório, evitou um soco desferido pelo senhorio, ao mesmo tempo que agrediu Joaquim Braz com um soco na face que o projetou contra uma mesa.

Depois, adiantou, o senhorio apoderou-se de uma faca que se encontrava em cima de uma mesa e com a qual o tentou agredir, mas evitou a agressão e retirou a faca da mão do homem, alegando que o golpe que vitimou Joaquim Braz resultou da queda de ambos para cima de um sofá.

Zorrinho disse ainda que ao ver que a faca estava espetada na vítima ficou assustado e que “não acreditava” no que tinha acontecido, negando que tivesse qualquer intenção de matar o senhorio e que permaneceu no estabelecimento durante dois dias, até ser detido.

No interior do estabelecimento, a Polícia Judiciária encontrou várias facas, uma catana e um machado que o arguido admitiu ter adquirido na Suíça para coleção, mas para as quais, segundo o tribunal, não era titular de quaisquer licenças para a posse.

No início da sessão, a advogada de defesa do arguido requereu ao tribunal que o julgamento fosse realizado à porta fechada, sem a presença da comunicação social, mas a pretensão foi indeferida por o tribunal considerar não haver enquadramento para as razões invocadas.

A próxima sessão do julgamento, que tem 11 testemunhas, ficou agendada para o dia 3 de setembro, às 09h15.

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