tek.sapo.pt - 18 jun. 15:40
De volta ao escritório: Trabalho remoto vai perdendo força em alguns sectores
De volta ao escritório: Trabalho remoto vai perdendo força em alguns sectores
Uma análise da Adecco Portugal aponta os sectores onde os modelos de trabalho híbridos ou totalmente remoto têm mais peso hoje em dia e aqueles onde progressivamente ganha espaço o regresso ao escritório, apontando os prós e contras das diferentes opções.
A pandemia obrigou a mudar h��bitos e modelos de trabalho e algumas das mudanças forçadas dessa altura perduraram no tempo. Na tecnologia o trabalho à distância já era comum em algumas áreas, bem como os modelos híbridos que se instalaram completamente quando o mundo foi obrigado a ficar fechado em casa.
Noutras áreas, o teletrabalho também ganhou destaque, mas aos poucos o regresso ao escritório tem ganho espaço em muitas empresas e pode dizer-se que a opinião dos trabalhadores será um bom argumento para as organizações inverterem a marcha e voltarem às regras antigas.
As conclusões decorrem de uma análise da Adecco Portugal sobre o tema, que denuncia uma divisão de políticas a este nível entre sectores. As áreas mais digitais continuam a permitir total ou parcial flexibilidade quanto ao local de trabalho, enquanto sectores mais operacionais ou regulados exigem maior presença física.
Quais as profissões que dão direito a melhores salários na área tecnológica em Portugal? Ver artigoMais concretamente, sectores como a tecnologia, marketing e serviços partilhados mantêm uma forte aposta na flexibilidade, enquanto áreas como indústria, banca ou saúde têm vindo a reforçar o regresso físico aos espaços de trabalho.
A análise também destaca que empresas em várias geografias estão a testar novos limites para o trabalho presencial, “muitas vezes impulsionadas por preocupações com cultura interna, engagement e produtividade”.
Ainda assim, verifica-se que o modelo de trabalho híbrido continua a ser hoje o mais adotado, numa lógica de compromisso com formatos flexíveis ou busca de um equilíbrio ideal entre produtividade, bem-estar e cultura organizacional. Mas a realidade é cada vez mais heterogénea e o caminho que umas empresas encontram para manter este equilíbrio, não é o mesmo que outras.
“Não existe um modelo único. O verdadeiro desafio das empresas hoje está em encontrar fórmulas que garantam performance e proximidade, sem comprometer o equilíbrio e a motivação das equipas,” explica Alexandra Andrade, Country Manager da Adecco Portugal.
As empresas que mantêm modelos híbridos, considerado o modelo ideal por 60% dos colaboradores auscultados num estudo global da Adecco, tornaram-nos mais estruturados. Seguem agora políticas claras, com métricas, rituais de equipa, momentos presenciais regulares e tecnologia de suporte à colaboração.
Já no que toca ao trabalho completamente remoto, a Adecco apurou no mesmo estudo internacional que um em cada três colaboradores reconhecem sentir-se menos ligados à empresa desde que deixaram o escritório. Sentimento de isolamento, dificuldade em desligar, perceção de barreiras à progressão de carreira e menor sentimento de pertença são temas destacados por estes colaboradores.
Ainda assim, a Adecco não considera que o trabalho remoto esteja a desaparecer, mas antes a “amadurecer". As empresas que conseguirem desenhar experiências consistentes, cuidar da cultura interna e manter a proximidade, independentemente do formato, vão liderar o futuro do trabalho”, destaca Alexandra Andrade.
Os dados de um estudo apresentado em maio pela Landing.jobs também vão no mesmo sentido e mostram que 50% dos trabalhadores de TI em Portugal trabalham em modo remoto, 44% em modo híbrido e apenas 6% em modo presencial. O remoto total é mais comum nos freelancers do que em quem trabalha a contrato, revela ainda a pesquisa que traça um perfil dos profissionais de tecnologia em Portugal e dos salários que ganham.