publico.pt - 18 jun. 19:26
Chega o Verão, pára o tempo, enlouquece o repasto
Chega o Verão, pára o tempo, enlouquece o repasto
Sugestões para cozinhar, comer, beber, ler, ouvir e passear.
Ah, o sossego de uma ilha privada... Se anda a sonhar com isso, saiba que há uma à venda na Escócia, com direito a castelo, casas, cabras e tudo. É "só" desembolsar 6,5 milhões de euros.
Bem mais acessíveis (e certamente mais aprazíveis), as 127 praias do Norte de Portugal já estão de época balnear aberta – 84 delas, de bandeira azul hasteada.
O Alentejo tem outra carta na manga: o Gandum Village, em Montemor-o-Novo, um hotel-aldeia onde a cidade e o campo se encontram, e que quer ser um exemplo de turismo sustentável.
Por onde andarExpandimos horizontes no Malawi, onde bate forte o coração caloroso de África, onde a natureza é sedutora e onde o tempo parece correr mais devagar nas margens de um lago sereno – palavra de Sousa Ribeiro.
Para quem relaxa melhor ao ritmo citadino, é Londres o rumo a tomar. Mas a perspectiva é diferente, a de quem usa a sua experiência de vida para contar a história, muitas vezes invisível, da cidade: outrora sem-abrigo, agora guias turísticos.
Por cá, em mais um episódio da série "24 horas a fugir aos turistas", vamos a Aveiro com Maria José Santana provar que nem só de moliceiros vive a cidade da ria.
A entrada oficial na estação mais quente é sinalizada por concertos estivais na Casa da Música, um Jardim de Verão a semear todo o tipo de artes na Gulbenkian, um Kalorama a fazer-se ouvir (foi você que pediu uma playlist?) e as férias dos miúdos a começar (com dicas para os entreter).
E agora que Santo António já se acabou, é a altura perfeita para começar a pensar no São João – entre alho-porro, balões e requinte, dicas não faltam.
O que comerUma rave gastronómica meio punk, com duas estrelas Michelin. Ou uma das mais loucas refeições que o fine dining oferece neste momento. A descrição é de Alexandra Lucas Coelho, sobre a experiência que foi encontrar no Ynyshir, junto às montanhas de Snowdonia (País de Gales).
Se o apetite é de piza, não é preciso ir muito longe para saborear uma das dez melhores da Europa: está no lisboeta Forno d’Oro, de Tanka Sapkota. De caminho, há que valorizar também o azeite. É essa a crença e missão da recém-nascida Associação de Produtores de Azeite D’Ouro, criada em Alijó.
E já que se assinala, a 18 de Junho, o Dia Mundial da Gastronomia Sustentável, ouçamos quem sabe do que ela implica e significa. "A ciência, bem temperada, pode ser o ingrediente-chave para o futuro", vaticina Ana Maria Gomes, especialista em ciência e tecnologia alimentar.
O que beber"A cerveja também pode ter terroir." E alguém ousa desdizer Octávio Costa, o homem por detrás do Porto Beer Fest? O festival regressa à Invicta de 18 a 22 de Junho, com farm beers do Quebeque e Água do Porto.
Em Coimbra, no próximo fim-de-semana, a festa é outra: harmonizar em Prove - Vinho & Queijo, uma iniciativa que junta, de forma inédita, três regiões vitícolas (Bairrada, Beira Interior e Dão) e três regiões queijeiras (Serra da Estrela, Beira Baixa e Rabaçal).
No campeonato dos grandes vinhos brancos do Minho e do país entra, finalmente, um branco à altura da "Honra" do Solar de Azevedo, recomendado por Pedro Garcias. Ana Isabel Pereira chama a atenção para um vinho branco do Dão delicado e elegante como "pó de arroz". Mais duas notas para a carta: da Tapada de Coelheiros, um belo vinho para uma mariscada; da Quinta de Paços, um branco de grande nível.
Entretanto, uma pergunta persiste: como é que o vinho português pode competir com a imperial?. Miguel Esteves Cardoso ensaia logo uma resposta: "a primeira coisa a fazer é não ter vergonha da sangria".
O que ver"Estamos tão perplexos e confusos como toda a gente", admite Matt Groening, criador de Os Simpsons e recém-coroado "ícone da animação", quando Joana Amaral Cardoso lhe pede que explique "a piada em curso" em terras do tio Sam/Trump.
No ponto em que a ficção transborda para a realidade temos outra notícia: a Netflix anuncia que vai abrir três "casas" nos EUA para os fãs "viverem" produções de culto como Wednesday, Squid Game ou Stranger Things.
Em matérias seriais, saímos de cena com a certeza de que Big Boys domina a arte de bem saber acabar, enquanto assistimos à estreia da primeira série dirigida por Wong Kar Wai e à chegada à RTP de uma colecção documental em torno de Camilo Castelo Branco.
No grande ecrã, o foco vira-se para A Vida de Chuck, em que o prolífico Mike Flanagan torna a atirar-se à obra de Stephen King, e para Queer, em que Luca Guadagnino e Justin Kuritzkes procuram um fim para a história que William S. Burroughs deixou inacabada – dois dos filmes em estreia, esta quinta-feira, nas salas portuguesas.
O que lerA abrir o livro, um aplauso a Amadeu Baptista, que venceu a primeira edição do Grande Prémio de Poesia Gil Vicente com Danos Patrimoniais. Depois, um vislumbre de Amazónia: Viagem por Uma Ferida Aberta no Planeta, do jornalista do PÚBLICO Manuel Carvalho. O tom verde mantém-se para saber Das Plantas Num Livro com Ivo Meco.
Noutras lombadas, Anna Pacheco leva-nos a questionar o modelo capitalista do turismo em Estive Aqui e Lembrei-me de Nós. João Pedro Vala assina um dicionário para percorrer o labirinto hipnótico de Proust. A vulnerabilidade está em Leïla Slimani, que fecha uma trilogia a escrever Levarei o Fogo Comigo.
Por fim, venham ordens para Livrar, nome de um novo festival cultural sustentado no sucesso da Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira, e para mergulhar com os mais pequenos num livro que é também um conjunto de músicas, uma leitura encenada e, acima de tudo, um gesto de defesa da água: Doce Gotinha, Uma Grande Viagem.
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