observador.pt - 18 jun. 19:01
O suspeito do costume apareceu por entre a nova pele de um céu que voltou a ser azul (a crónica do Man. City-Wydad Casablanca)
O suspeito do costume apareceu por entre a nova pele de um céu que voltou a ser azul (a crónica do Man. City-Wydad Casablanca)
Enquanto Guardiola continua a arrumar a casa depois de uma época ao lado, Foden mostrou que é uma certeza, resolvendo um jogo pouco intenso na primeira parte (2-0). Campeão aproximou-se dos oitavos.
Arrumar a casa para recuperação a supremacia mundial. Depois de uma época bastante aquém do esperado, o Manchester City aproveitou a janela de transferências extraordinária para contratar três reforços de peso — Rayan Aït-Nouri, Tijjani Reijnders e Rayan Cherki — com vista a disputar o último troféu da temporada, ao qual chega como detentor do título, já que se sagrou o último vencedor da anterior edição do Campeonato do Mundo de Clubes. A última partida da equipa de Pep Guardiola distava do final de maio, pelo que as últimas três semanas serviram para os cityzens descansarem e recuperarem de uma época altamente desgastante e que, até ao momento, culminou apenas na conquista da Supertaça de Inglaterra.
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Com Erling Haaland e Phil Foden como figuras de proa, e já sem Kevin de Bruyne, o emblema inglês tinha pela frente o histórico marroquino Wydad Casablanca, com nomes bem menos conhecidos, mas que contava com a experiência de Nordin Amrabat e Mohammed Rayhi para tentar surpreender os sky blues. Curiosamente, o castelo vermelho entrava para esta partida com mais experiência que o Man. City em Mundiais de Clubes, cumprindo, nos Estados Unidos, a sua terceira participação — contra duas do rival. O conjunto africano chegou a esta fase de grupos depois de ter conquistado a Liga dos Campeões africana em 2021/22, ao passo que os europeus garantiram a sua presença com a mesma conquista continental, em 2022/23.
“É o início da época. No desporto, o que aconteceu no passado, bom ou mau, é esquecido, por isso sentimos que estamos a começar a época. Reforços? Estamos muito satisfeitos porque todos têm muita qualidade em diferentes posições. Trazem o que precisamos e essa quantidade incrível de jogos a cada três ou quatro dias durante 11 meses, como neste torneio. Todos vão jogar. Wydad? O futebol evoluiu muito no mundo todo. Todas estas equipas têm qualidade individual. Temos um respeito enorme. Vimos o que podíamos ver deles. Temos um plano de jogo e estamos aqui para fazer um bom torneio. É uma oportunidade incrível de entender que viemos aqui todos juntos, para mostrar quem somos da melhor maneira, a jogar o desporto que amamos”, assumiu o técnico catalão que, nas últimas semanas, viu Juanma Lillo e Carlos Vicens — novo treinador do Sp. Braga — abandonarem a sua equipa técnica.
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Nas horas que antecederam esta partida ficou a saber-se que Bernardo Silva é o novo capitão do Man. City, numa decisão que partiu de Guardiola, ao contrário do que vinha sendo habitual. Ainda assim, o internacional português começou a partida no banco, ao lado de Rúben Dias e Matheus Nunes. Reijnders e Cherki foram as grandes novidades num onze que contou ainda com Vitor Reis no centro da defesa e Omar Marmoush no ataque, em detrimento de Haaland. Nico O’Reilly também foi titular no meio-campo. Nos marroquinos, Mohamed Benhachem deixou Rayhi no banco e apostou numa formação com cinco defesas, entre eles Guilherme Ferreira, que se encontra emprestado pelo Felgueiras para esta competição, e quatro médios para tentar contrariar a superioridade dos cityzens.
O primeiro encontro de sempre entre os dois emblemas aconteceu no Lincoln Financial Field, em Filadélfia, começou a todo o gás para o Man. City que, logo no segundo minuto do desafio, inaugurou o marcador, com Savinho a desferir um remate cruzado para defesa incompleta de Mahdi Benabid e Foden a encostar na recarga (2′). Apesar do golo precoce, os ingleses continuaram dominadores e, pouco depois, Marmoush ficou a centímetros de dilatar a vantagem na conclusão de uma grande jogada ao primeiro toque (9′). Mais à frente, Marmoush cobrou um canto na direita e Nathan Aké cabeceou ligeiramente ao lado (19′). Na parte final do primeiro tempo, Thembinkosi Lorch aproveitou um erro clamoroso de Reis para ganhar a posição e cruzar para Cassius Mailula que, em zona frontal, atirou para defesa de Ederson Moraes (32′). No outro lado, Foden teve nos pés o bis, mas Benabid opôs-se com uma grande intervenção (38′). A fechar, o 47 cobrou um canto para o segundo poste e, completamente sozinho, Doku encostou para o 2-0 (42′).
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O rumo do desafio não se inverteu na segunda parte, mesmo depois de Rayhi ter entrado ao intervalo. Na primeira ocasião de perigo, Doku rompeu da esquerda para o meio mas, perante Benabid, o guarda-redes voltou a levar a melhor (54′). Já com Oscar Bobb, Rodri Hernández, Haaland e Ilkay Gündogan em campo, bem como o ex-Casa Pia Samuel Obeng, o jogo continuou a baixa intensidade, com o calor a agravar as condições dos atletas das duas equipas. A animação ficou guardada para os últimos minutos, quando Rico Lewis foi expulso por atingir Obeng na face com o pé, depois de uma entrada de carrinho (88′). Fruto dessa situação, Matheus Nunes foi chamado a entrar para o lado direito da defesa. Nos descontos, Haaland apareceu isolado, mas Benabid saiu rapidamente da baliza para travar o seu remate (90+3′).
A pérola- Saiu De Bruyne, ficou Foden. A época pode estar agora no início — para Guardiola —, mas o internacional inglês continua a mostrar que é uma das grandes figuras do Man. City, mesmo depois de um ano pouco produtivo. Phil Foden precisou de apenas 111 segundos para fazer o gosto ao pé, numa jogada em que apareceu em zonas de finalização, apesar de ter atuado numa posição teoricamente mais recuada. Para além desse momento, o número 47 evidenciou-se na reta final da primeira parte, ao desferir um grande cruzamento para o golo de Doku. Saiu à hora de jogo com apenas três passes falhados (em 41).
- Jérémy Doku é outro dos nomes que deriva da “anterior” versão deste Man. City e, nesta estreia no Mundial de Clubes, voltou a apresentar-se como um dos elementos mais dinâmicos da equipa de Pep Guardiola. Fosse pela esquerda ou pelo meio, o internacional belga causou muitas dificuldades à defesa marroquina — essencialmente na primeira parte — e terminou o desafio com um golo inusitado… de canto, algo pouco visto na sua carreira.
- Num grupo com Juventus, Wydad e Al Ain, o Man. City tem, no mínimo, a obrigação de passar aos oitavos de final. E esse objetivo está bem encaminhado, mesmo depois de a equipa de Guardiola ter apresentado uma exibição que mais pareceu de pré-temporada. Enquanto o catalão continua a arrumar a casa, os cityzens vão vencendo e podem carimbar o apuramento na próxima fase.
- Uma das principais notas a tirar desta partida de Filadélfia é a justiça no resultado, embora este 2-0 se deva mais ao aconteceu na segunda parte do que propriamente na primeira. Depois de um início galvanizador, o Wydad Casablanca conseguiu anular o Man. City e conseguiu criar perigo junto da baliza de Ederson com três jogadas rápidas e perigosas, embora só uma tenha resultado numa finalização. Ao intervalo, o jogo estava equilibrado em termos de oportunidades, mas os segundos 45 minutos acabaram por desnivelar a partida, com o calor e o cansaço a fazerem-se sentir.