observador.ptobservador.pt - 19 jun. 02:36

O Sonho Americano de Gloukh começou com uma obra-prima ao nível de um Oscar (a crónica do Pachuca-Salzburgo)

O Sonho Americano de Gloukh começou com uma obra-prima ao nível de um Oscar (a crónica do Pachuca-Salzburgo)

Num jogo com 3 horas e meia de duração devido ao mau tempo, o Salzburgo levou a melhor e subiu à liderança isolada do Grupo H. Gloukh e González apontaram golaços, Onisiwo fechou as contas (1-2).

O início de um sonho que já o era. Uma das grandes novidades provocadas pela alteração no formato do Campeonato do Mundo de Clubes foi a possibilidade de equipas de outro gabarito participarem na prova. É aqui que entram Pachuca e Salzburgo, equipas que chegaram a esta competição de forma distinta, embora tivessem o mesmo objetivo: surpreender e lutar por um lugar na próxima fase. Se, no caso dos mexicanos, a qualificação foi bem mais tranquila, advindo da conquista da Liga dos Campeões norte-americana em 2024, o mesmo não se pode dizer dos austríacos, que foram a última equipa europeia a apurar-se para os Estados Unidos, numa luta acérrima com o Ajax pelo 18.º lugar do ranking que, fruto das condicionantes de clubes por país, atirou os touros para esta fase de grupos.

Num grupo com Real Madrid e Al Hilal, o cenário das duas equipas era pouco galvanizador, pelo que esta partida e uma eventual boa prestação frente aos gigantes europeu e asiático podia traduzir-se numa grande prestação. Em estreia absoluta no Mundial de Clubes, o Salzburgo chegou à América do Norte depois de ter perdido o Campeonato austríaco para o Sturm Graz, falhando assim a conquista pela segunda época seguida. Do outro lado, os tuzos estavam bem mais habituado a estas andanças, tendo inclusivamente marcado presença na última final da Taça Intercontinental (antigo Mundial de Clubes), em dezembro, frente ao Real Madrid. Curiosamente, o Pachuco mudou de treinador a duas semanas do início da competição, despedindo Guillermo Almada e contratando Jaime Lozano.

A clash between Tuzos and Die Roten Bullen. #FIFACWC pic.twitter.com/xXCXFcHNBe

— FIFA Club World Cup (@FIFACWC) June 18, 2025

O primeiro confronto dos mexicanos contra uma equipa europeias e dos austríacos — que têm o plantel mais jovem do torneio, com uma média de idades de 22,9 anos — contra uma equipa de outro continente teve o condão de ter a liderança em discussão, já que Real Madrid e Al Hilal empataram no jogo que abriu o grupo (1-1). Com pouco público no TQL Stadium, em Cincinnati, o Pachuca entrou em campo na expectativa e a tentar surpreender no contra-ataque, concedendo a posse de bola ao Salzburgo. Ainda assim, a primeira oportunidade pertenceu a Salomón Rondón que, depois de receber dentro da área, desferiu um remate rasteiro para defesa de Christian Zawieschitzky (10′). Na resposta, Oscar Gloukh começou a entrar em cena e obrigou Carlos Moreno a aplicar-se (29′), com Rondón, no lance seguinte, a cabecear à trave (31′). A fechar o primeiro tempo, o médio israelita abriu o livro, recebeu de Valentin Sulzbacher à entrada da área, tirou Pedro Pedraza do caminho e desferiu um espectacular remate colocado que entrou junto ao poste mais distante (43′).

#FIFACWC ????????
???? Mundial de Clubes.
???? Grupo H.
???? Cincinnati, OH ????????
???? TQL Stadium.
Pachuca ???????????????????? FC Salzburgo
???????? Aviles Hurtado suplente en Pachuca.
✅ Confirmadas. #WbeimarLoDice pic.twitter.com/jQIiVc35Ws

— Wbeimar lo dice (@wbeimarlodice) June 18, 2025

A ESTO SE LE LLAMA GOLAZO ????

¡Qué golpeo de Gloukh para Salzburg!@FIFACWC | Todos los partidos gratis en https://t.co/yWCWbevPop #TakeItToTheWorld ???? https://t.co/gb1AMHxmwO pic.twitter.com/TAp19W8O0p

— DAZN Fútbol (@DAZNFutbol) June 18, 2025

Sem novidades para a etapa complementar, os tuzos foram forçados a assumir as despesas da partida e, nos primeiros minutos, viram Zawieschitzky travar os remates perigosos de Alexei Domínguez (48′) e Rondón (52′). Contudo, quando se esperava que o jogo voltasse a animar, a meteorologia voltou a fazer das suas e levou à interrupção da partida devido à chuva e vento fortes que começaram a nortear o TQL Stadium. Com o sol de novo a aparecer, o jogo foi retomado cerca de 1h40 depois e chegou com direito a mais uma obra-prima, desta feita de Bryan González, que aproveitou um livre na direita, junto à quina da área, para desferir um pontapé surpreendente para o empate (56′). Pouco depois, Nene Dorgeles combinou com Mads Bidstrup e cruzou para a área, com Karim Onisiwo a cabecear para o golo do triunfo do Salzburgo (78′).

56' IT'S BRYAN GONZALEZ!!!

PACHUCA QUICKLY LEVEL AFTER THE RESTART ????

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76' KARIM ONISIWO BRINGS FC SALZBURG BACK IN FRONT ????

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A pérola
  • Omar Gloukh é, por estes dias, a principal figura do Salzburgo e o nome que tem sido apontado a reforçar o FC Porto. E não é para menos. Com a sua saída praticamente certa — resta saber se para Portugal ou para outros voos —, o israelita aproveitou a montra que é este Mundial de Clubes para se “apresentar” ao mundo e deixou a sua marca na partida com um fantástico golo em arco de fora da área. Para além disso, foi o principal elemento ofensivo do Salzburgo, dando muito trabalho à defesa do Pachuca com a sua mobilidade ao meio, nas costas dos avançados, ou descaído para o flanco esquerdo.
O joker
  • Com 24 anos, Mads Bidstrup é um dos elementos mais experientes deste jovem Salzburgo. O médio passou pela formação do Leipzig, esteve na Premier League com o Brentford, foi emprestado ao Nordsjaelland, mas é na Áustria que se tem afirmado. O capitão do touros não passou ao lado da estreia, foi uma peça fundamental no equilíbrio da sua equipa e assistiu Onisiwo para o golo do triunfo.
A sentença
  • Esta vitória pode valer muito mais do que os três pontos. Em estreia no Mundial de Clubes, o Salzburgo garantiu desde logo o triunfo e é, ao cabo da primeira jornada, o líder isolado do Grupo H, que tem ainda Real Madrid e Al Hilal. As missões que se seguem vão ser bem mais complicadas e, apesar de não se prever uma surpresa austríaca, esta vitória promete galvanizar a equipa mais jovem desta competição.
A mentira
  • Realizar uma competição deste calibre nos Estados Unido tinha algumas particularidades e todas as entidades envolvidas nessa organização sabiam — e sabem — disso. Pelo segundo dia consecutivo, uma partida do Mundial de Clubes foi interrompido devido às condições climatéricas e, se no Ulsan-Sundowns a ameaça não passou disso mesmo, tendo atrasado o início de jogo em “apenas” uma hora, o mesmo não se pode dizer deste Pachuca-Salzburgo. Foi preciso esperar quase duas horas para se retomar uma partida que estava na fase inicial do segundo tempo algo que, a este nível, é impensável, cruzando inclusivamente com o início do último jogo do dia. Trata-se de algo certamente a ter em conta pela FIFA para o Mundial de seleções.
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