rr.pt - 19 jun. 01:34
Gouveia e Melo defende "flexibilização" da lei da greve em defesa do "interesse coletivo"
Gouveia e Melo defende "flexibilização" da lei da greve em defesa do "interesse coletivo"
Candidato presidencial revela que votou "umas vezes no PSD e outras no PS" e que o Governo tem "condições políticas" para durar toda a legislatura.
O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo acompanha o Governo na ideia de mudanças à lei da greve, considerando que a legislação atual deve ser "flexibilizada" em defesa do "interesse coletivo".
Em entrevista à RTP, o almirante admite que o direito à greve é "essencial aos trabalhadores" mas que a lei deve ser mais flexível.
"Às vezes envolvem-se mecanismos corporativos que podem afetar o interesse geral", afirma, dando o exemplo de uma greve de combustíveis ou de uma guerra nos portos, que "pode paralisar o país".
No Programa do Governo, o executivo de Luís Montenegro prevê aquilo que aponta ser um "equilíbrio" entre a "proteção dos trabalhadores com uma maior flexibilidade dos regimes laborais".
Sobre o primeiro-ministro, Gouveia e Melo afirmou que tem "condições políticas" para durar toda a legislatura e afirma-se um "adepto feroz da estabilidade política".
"Só devemos julgar um Governo depois de ter tido tempo de fazer o seu programa e em eleições normais. Ciclos curtos só faz com que os Governos tenham tendência para medidas mais demagógicas e menos estruturantes. São a espuma dos dias em vez de estarem preocupados com medidas de médio e longo prazo que mudam realmente a vida das pessoas", afirma o almirante na entrevista.
Gouveia e Melo defende ainda uma reforma do Estado para um "Estado que seja social, mas que a economia possa pagar". "Se afetarmos a economia de forma grave também afetamos o Estado social. As soluções muitas vezes só acontecem quando o caminho tem tempo para se fazer. Quando é interrompido há variações nesse caminho e isso vai afetar, necessariamente, o resultado", afirmou.
O candidato presidencial revelou ainda que votou "umas vezes no PSD e outras no PS" e que na maior parte delas votou "no vencedor" dessas eleições.