observador.pt - 8 jul. 20:02
Governo dos EUA confirma suicídio de Epstein e descarta existência de "lista de clientes"
Governo dos EUA confirma suicídio de Epstein e descarta existência de "lista de clientes"
Após uma análise "exaustiva", o governo norte-americano concluiu que Jeffrey Epstein não foi assassinado, não chantageou figuras "proeminentes" e não tinha uma "lista de clientes".
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos e o FBI concluíram que não existem provas de que Jeffrey Epstein tenha sido assassinado, tenha chantageado figuras poderosas ou tenha mantido uma “lista de clientes”, desmistificando assim teorias que rodeavam o empresário que tirou a própria vida no verão de 2019 (quando estava detido por tráfico sexual).
De acordo com um memorando de duas páginas obtido pelo site Axios, numa análise “exaustiva” levada a cabo pelas agências do governo norte-americano, investigadores analisaram imagens de vídeo da noite da morte de Jeffrey Epstein e dizem que não mostram ninguém a entrar na cela até o corpo ser encontrado, na manhã do dia seguinte (10 de agosto). Desta forma, a investigação apoia a versão sustentada até agora, de que o empresário tirou a própria vida.
Por outro lado, os investigadores também descartaram a existência de uma “lista de clientes” e dizem não ter encontrado “nenhuma prova credível” que aponte para a chantagem de figuras “proeminentes”. Não estão previstas novas acusações no âmbito deste caso, uma vez que “não foram encontradas provas que possam servir de base a uma investigação contra terceiros não acusados”.
No memorando, o Departamento de Justiça e o FBI indicam que não vão divulgar mais documentos da investigação, por considerarem que não seria “apropriado ou justificado”. O Axios escreve que esses documentos incluem pormenores sobre as vítimas ou informações que exporiam inocentes a “alegações de irregularidades”.
Durante a análise, a investigação encontrou “uma quantidade significativa de material”, incluindo mais de 300 gigabytes de dados e “um grande volume de imagens de Epstein, imagens e vídeos de vítimas menores ou que parecem ser menores, e mais de dez mil vídeos e imagens descarregadas de material ilegal de abuso sexual de crianças e outra pornografia”. “Através desta análise, não encontrámos qualquer base para rever a divulgação desses materiais e não permitiremos a divulgação de pornografia infantil”, lê-se no memorando.
No início de junho, Elon Musk fez uma publicação no X em que alegava que Donald Trump estava nos ficheiros de Epstein, deixando implícito que de alguma forma o Presidente norte-americano poderia ter sido cliente do empresário norte-americano. Dias depois, o multimilionário apagou o post.
Elon Musk apaga “tweet” onde dizia que Trump estava nos ficheiros Epstein
O empresário, patrão da Tesla e da SpaceX, reagiu à divulgação do mais recente memorando publicando uma imagem no X do “The Official Jeffrey Epstein Pedophile Arrest Counter” (o “contador” oficial de detenções de pedófilos relacionados com Jeffrey Epstein, em tradução livre). “Que horas são? Ó, olha, são horas de ninguém ter sido preso outra vez”, escreveu na legenda do post.
What’s the time? Oh look, it’s no-one-has-been-arrested-o’clock again … pic.twitter.com/CO9xJz68Tf
— Elon Musk (@elonmusk) July 7, 2025