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Almeida entregou uma carta a Pogacar. Dizia: “tens aqui a vitória 100”

Almeida entregou uma carta a Pogacar. Dizia: “tens aqui a vitória 100”

O português “rebocou” o grupo na última subida, preparando o ataque do esloveno, que conquistou a vitória 100 na carreira. Almeida voltou, ainda assim, a mostrar problemas de colocação no grupo.

Tadej Pogacar conquistou nesta terça-feira a centésima vitória como ciclista profissional. Como? Com patrocínio de João Almeida, que “entregou” o triunfo ao esloveno, com um trabalho tremendo na parte final da etapa 4 ficou em sexto lugar e subiu a oitavo na classificação geral.

Coloquemos os pontos nos is: João Almeida começou por vacilar. Não por incapacidade física, mas novamente por falta de sagacidade na colocação no pelotão – o português assumiu no final da etapa que não gosta deste tipo de percurso em estilo “clássica”.

Havia cinco subidas curtas (mas duras) no final do dia e na segunda a Emirates endureceu o ritmo na cabeça do pelotão – muitos elementos da equipa, mas sem João Almeida, que voltou a ser apanhado longe da frente.

Pouco depois, já em terreno plano, João Almeida estava tão atrasado no grupo que foi apanhado numa queda – não foi ao chão, mas ficou com a estrada bloqueada. Teve de fazer um esforço adicional para chegar ao pelotão.

O problema é que não chegou cedo o suficiente para estar na frente do grupo no início da terceira subida – voltou a não estar junto do bloco de Pogacar. E o mesmo na quarta escalada.

The news couldn't be any better for Pogacar: he wins the stage AND Mathieu VDP keeps the Yellow Jersey. More time to recover for him and he will ride tomorrow's ITT in the team skinsuit, not the one provided by the organizers.#TDF2025 pic.twitter.com/jCTf2hdr1U

— Mihai Simion (@faustocoppi60) July 8, 2025

Na quinta, com pendente bastante elevada, seria fundamental ao português estar na frente, porque seriam, por certo, ser feitas diferenças – e sem ser uma subida longa o suficiente para Almeida ter tempo para fazer as habituais recuperações a ritmo, com calma.

João Almeida, pela boa forma em que se apresenta neste Tour, chegou-se à frente nessa altura (esforço desnecessário?) e encabeçou um grupo reduzido durante quase 300 metros para preparar o ataque de Pogacar. Só Pogacar e Vingegaard ficaram na frente – primeiro o dinamarquês cedeu, mas teve força para ir “caçar” o esloveno.

Faltavam cinco quilómetros e o grupo perseguidor (com Almeida, Jorgenson, Van der Poel e Evenepoel) chegou-se à frente. Almeida voltou a encabeçar o grupo e fez um trabalho tremendo a lançar o ataque final – foi lançador de Mathieu van der Poel, mas Pogacar estava na roda do camisola amarela e, por isso, o português lançou também o esloveno.

"O João fez um trabalho fantástico para me lançar no final", disse Pogacar. Foi o esloveno o mais forte no sprint final, mas Van der Poel manteve a camisola amarela.

A nível de medição de forças, nota para Vingegaard e Pogacar parecerem a um nível semelhante (o esloveno é sempre mais forte em subidas explosivas), enquanto Buchmann, Gall, Lipowitz, O’Connor e Roglic mostraram alguma fraqueza na luta pelo pódio.

João Almeida acabou a etapa em sexto e está em oitavo lugar na geral – posição que deverá melhorar nesta quarta-feira, dia de contra-relógio.

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