expresso.pt - 8 jul. 11:58
Joana Marques vs. Anjos? Uma crítica de vinhos levou-me a tribunal e quase me fez perder o Anjo da Guarda
Joana Marques vs. Anjos? Uma crítica de vinhos levou-me a tribunal e quase me fez perder o Anjo da Guarda
Há quem não goste de ser criticado…
Não conheço pessoalmente a Joana embora, quem sabe, possamos ser longinquamente parentes, uma vez que o meu pai também era Marques. Só quando o caso Joana/Anjos se tornou público é que fiquei a saber que tinha sido cantado o hino desafinado numa prova de motociclismo. Não ligo às motas e aos Anjos ainda menos; fico-me pelo Anjo da Guarda que, dizia a minha mãe, me iria proteger. A coisa não tem corrido mal, confesso.
Não sei também se a Joana é apreciadora de vinhos, mas temos um ponto em comum: fomos ambos postos em tribunal por termos exercido a profissão: ela como humorista e eu como crítico de vinhos. Explico: durante muitos anos fiz um guia de vinhos com notas de prova que cobriam toda a produção do país. Ora a enóloga da Adega Cooperativa de Alcanhões não gostou do que escrevi sobre os vinhos que provei e assumiu que se tratava de difamação e atentado à honra.
A edição em causa era o guia Vinhos de Portugal 1999 – notas de prova, saído em setembro de 1998. Vejamos o que lá vinha escrito: em relação ao vinho Frades Bentos 1998, dizia: “Tão novo e já oxidado, a cheirar a remédio, será que é normal? Quem é que bebe um vinho destes?” Já em relação ao vinho Cardeal D. Guilherme de 1995, provado em 1999: “Na prova do ano passado estava à beira da morte. Este ano já tem a certidão passada. Alguém nos explica porque é que se enviam vinhos destas para provas?” E, para terminar, fica o comentário ao Frades Bentos branco 1996: “Completamente estragado no aroma, é um vinho perdido. O que se passará para os lados de Alcanhões?”
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