rr.pt - 8 jul. 16:28
Maresca achava que o Chelsea tinha feito mais jogos do que o Fluminense até ao Mundial. Depois, foi corrigido
Maresca achava que o Chelsea tinha feito mais jogos do que o Fluminense até ao Mundial. Depois, foi corrigido
“A vontade de ganhar é a mesma, mas as condições são diferentes. Os brasileiros chegam aqui depois de quantos jogos?”, questionou o treinador do Chelsea, na véspera da semifinal do Mundial de Clubes. Jornalista brasileiro deu troco.
E, subitamente, Enzo Maresca gelou. Acenou como se tivesse razão, mas não era o caso. O treinador do Chelsea estava perante os jornalistas a lançar o jogo com o Fluminense, a contar para a semifinal do Mundial de Clubes (esta terça-feira, 20h00), quando decidiu refletir sobre os desafios que europeus e sul-americanos enfrentam neste torneio.
“Chegamos aqui com duas situações diferentes. Nós jogámos 63 jogos, os europeus chegam de maneira diferente, noutra condição”, refletiu o treinador italiano, lamentando. “A vontade de ganhar é a mesma dos dois lados, o que acontece é que as condições são diferentes. Os brasileiros chegam aqui depois de quantos jogos?”
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Um dos jornalistas brasileiros na sala comprou a conversa e deu troco. “Setenta!”, “70, no mesmo período”. Ou seja, desde que a época europeia começou. O assessor dos blues rapidamente quis dar a palavra a outro jornalista para outro assunto ser colocado em cima da mesa. Mas aquele acenar de cabeça, que as más línguas tratariam como um choque de frente contra o eurocentrismo, parecia eterno.
O “Globo Esporte” fez as contas. O Chelsea esteve 62 vezes em campo durante esta temporada, menos uma do que aquela indicada por Maresca, talvez já a fazer contas à final, subestimando Thiago Silva, Germán Cano, Jhon Arias e companhia.
Quanto ao Fluminense, o “GE” revela até humildade por parte do jornalista brasileiro, pois o gigante das Laranjeiras jogou 75 partidas desde que o Chelsea começou a temporada.
Olhando apenas para 2025, o Fluminense jogou 41 vezes contra 33 dos londrinos.
O “penálti” de Maresca abriu mais uma frente naquele eterno e inútil debate sobre futebol europeu e futebol sul-americano, carregado de preconceitos e vaidades desmedidas. “Erro de Maresca sobre o Fluminense mostra que o combate ao eurocentrismo é um caminho longo”, assim resume a história o portal “Trivela”.
“A gente veio para fazer história”Já Renato Portaluppi, ou Gaúcho, está nas nuvens. O treinador, de quem as crónicas e os relatos dizem ter sido um grande futebolista, anda pelas terras norte-americanas à bulha com os europeus – eliminou o Inter nos oitavos de final e empatou com Dortmund na fase de grupos –, apanha o seu adorado sol e tem sido protagonista de vídeos virais com desafios com bola nos treinos contra um elemento do clube.
“Estou tendo mais essa oportunidade aqui, o Fluminense está fazendo uma grande Copa do Mundo, está sendo um privilégio estar à frente desse grupo, estar à frente deste clube”, confessou na véspera do jogo contra o Chelsea. Renato foi lembrado da final da Libertadores que perdeu, no banco do Fluminense, em 2008.
“São coisas da vida, no momento que você faz uma final, ou você vai ser vencedor ou você vai perder, não tem meio tempo”, relativizou categoricamente, o homem que treina o Flu, o clube de Chico Buarque, pela sétima vez.
Mas o tema Mundial de Clubes não estava fechado. “A gente veio para cá para fazer história. Desde o início, eu disse: ‘a gente precisa de acreditar na gente, a gente precisa de acreditar no nosso trabalho, vamos sempre respeitar nossos adversários, são poderosos, financeiramente eles são bem melhores do que a gente, agora o futebol é decidido dentro do campo’”.
E concluiu: “Sempre respeitando o adversário, o que mais me tem deixado satisfeito no meu grupo são as atitudes, a entrega deles dentro do campo e os resultados estão aí”.
O Fluminense-Chelsea joga-se esta noite, a partir das 20h portuguesas, no MetLife Stadium, em East Rutherford, Nova Jersey. O rival na final será PSG ou Real Madrid.