observador.pt - 8 jul. 09:29
Houthis voltaram a atacar navio no mar Vermelho, segundo missão da UE
Houthis voltaram a atacar navio no mar Vermelho, segundo missão da UE
A missão naval da União Europeia (UE) de combate à pirataria no Índico informa que os rebeldes do Iemen voltaram a atacar um navio no mar Vermelho, causando dois feridos e dois desaparecidos.
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A missão naval da União Europeia (UE) de combate à pirataria no Índico, a operação “Atalanta”, disse esta terça-feira que os houthis voltaram a atacar um navio no mar Vermelho, causando dois feridos e dois desaparecidos.
De acordo com a força da UE, o cargueiro grego Eternity C tinha a bordo uma tripulação de 21 filipinos e um russo, além de três agentes de segurança, quando foi atacado.
O graneleiro de bandeira liberiana não tinha solicitado escolta antes de atravessar a rota marítima, crucial para o comércio mundial, acrescentou a força.
A missão da UE e a empresa de segurança privada Ambrey disseram que o cargueiro se dirigia para norte, em direção ao Canal do Suez, quando foi atacado por homens em pequenos barcos e por drones explosivos. Os seguranças a bordo responderam com disparos de armas de fogo.
Moammar al-Eryani, ministro da Informação do governo internacionalmente reconhecido do Iémen, que se opõe aos houthis e está sediado no sul do país, também culpou os rebeldes pelo ataque ao Eternity C.
Os houthis controlam a metade norte do Iémen e a capital, Sanaa.
O ataque contra o Eternity C aconteceu um dia depois de um outro ataque ter obrigado a operação “Atalanta” a resgatar os 22 tripulantes do Magic Seas, um navio com bandeira liberiana a sudoeste do porto iemenita de Hodeida.
A UE pediu na segunda-feira o fim dos ataques dos houthis no mar Vermelho, que disse representarem uma “grave escalada” que coloca em risco a segurança marítima mundial.
“Este é o primeiro ataque deste tipo a um navio comercial em 2025, uma escalada grave que põe em perigo a segurança marítima numa via navegável vital para a região e para o mundo”, afirmou um porta-voz do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), dirigido pela chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas.
Estes ataques, advertiu o porta-voz, “ameaçam diretamente a paz e a estabilidade regionais, o comércio mundial e a liberdade de navegação enquanto bem público mundial. E podem afetar negativamente a já terrível situação humanitária no Iémen. Estes ataques têm de parar“.
Segundo porta-voz do Ministério da Marinha Mercante grego, o navio estava rodeado de pequenas embarcações e a ser constantemente atacado, avança a agência de notícias espanhola EFE.
O ataque ao graneleiro de propriedade grega “Magic Seas” causou uma grave catástrofe ecológica na região, uma vez que o navio está à deriva e em risco de se afundar, acrescentou o porta-voz do SEAE, que condenou a ação “nos termos mais veementes”.
O ataque com duas embarcações, cinco mísseis balísticos e de cruzeiro e três drones teve lugar a cerca de 51 milhas náuticas (94 quilómetros) a sudoeste da cidade portuária de Al Hodeida, sob controlo dos houthis.
Os rebeldes iemenitas, apoiados pelo Irão, lançaram centenas de ataques contra Israel e a navegação comercial no mar Vermelho desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em 07 de outubro de 2023, em solidariedade com o movimento islamita palestiniano Hamas.