publico.pt - 8 jul. 11:23
ANA vai propor versão de novo aeroporto de Lisboa mais barata
ANA vai propor versão de novo aeroporto de Lisboa mais barata
Governo pediu revisão de custos face à proposta inicial da ANA. Empresa, que pertence aos franceses da Vinci, também pretende rever específicidades mínimas para infra-estruturas previstas na concessão
A ANA, a empresa que gere os aeroportos em Portugal, anunciou esta terça-feira que vai apresentar ao Governo uma nova proposta para a construção do novo aeroporto de Lisboa numa versão mais barata. Quanto mais barata face aos 8,5 mil milhões de euros projectados inicialmente, ainda não se sabe; a proposta ainda não chegou ao Executivo.
“Vamos apresentar uma proposta mais realista e adaptada às necessidades actuais e com custo menor”, disse ao jornal Eco Thierry Ligonnière, o presidente executivo da ANA, detida pelos franceses da Vinci.
A primeira proposta para a candidatura oficial por parte da ANA à construção do novo aeroporto de Lisboa, a localizar em Alcochete, previa encargos de 8,5 mil milhões de euros, com obras a prolongarem-se até 2037.
A Comissão Técnica Independente que tinha estudado as localizações tinha apontado para custos máximos de 7,7 mil milhões de euros para a construção de uma infra-estrutura com duas pistas.
Em Janeiro, quando o Governo comunicou à ANA que poderia avançar para a candidatura, o Ministério das Infra-estruturas transmitiu que a “redução de custos” é uma “prioridade”. Com os novos encargos mais limitados – que a empresa não revelou ao Eco por não ter ainda apresentado a proposta ao Executivo – conseguirá cobrar “taxas aeroportuárias menores” às companhias aéreas que vão aterrar no aeroporto que terá o nome Luís de Camões. As taxas e a extensão do contrato de concessão (de 2062 para 2092) eram a forma encontrada para financiamento do projecto, não se sabendo se há aí alguma revisão na proposta.
Uma das mexidas comunicadas por Thierry Ligonnière é a extensão das duas pistas que estão previstas: “Não é preciso ter duas pistas de 4000 metros. Não é preciso dimensionar todo o aeroporto para receber Airbus A380”.
Mexida no contrato de concessãoO contrato de concessão de serviço público aeroportuário nos aeroportos situados em Portugal Continental e na Região Autónoma dos Açores contém 17 anexos, sendo que o 16.º define “especificações mínimas para o Novo Aeroporto de Lisboa”, desde a indicação de que a longo prazo pode ter quatro pistas paralelas (a ANA declarou que seria improvável vir a ser necessária uma quarta pista), até a aspectos como as instalações do catering e a área de carga.
Ao Eco, o presidente da ANA anunciou que pretende alterar uma mexida neste anexo: “Vamos apresentar uma proposta de alteração do Anexo 16 do contrato de concessão. O Governo pode concordar ou não com a alteração. Se concordar, incluímos no estudo prévio e o processo continua”.