expresso.pt - 8 jul. 14:22
“Escrever sobre o Jake Gyllenhaal ter deixado o cachecol em minha casa? Prefiro escrever sobre a ovelha que deu a lã para fazer o cachecol”
“Escrever sobre o Jake Gyllenhaal ter deixado o cachecol em minha casa? Prefiro escrever sobre a ovelha que deu a lã para fazer o cachecol”
Há quase quatro décadas que escreve canções – lacónicas, cirúrgicas, belas – primeiro como Smog, depois com o seu nome de batismo. Bill Callahan regressa esta semana a Portugal para dois concertos: quinta no Teatro Tivoli, em Lisboa; sexta na Casa da Música, no Porto. Antes, deu uma entrevista à BLITZ em que sublinha uma das suas maiores inspirações: a natureza. “Temos prédios de betão e armas que nos separam dela. Mas não há muita coisa que não seja Natureza.”
É um dos cantores-compositores mais aclamados da sua geração e regressa esta semana a Portugal, para concertos no Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, na quinta-feira, e na Casa da Música, no Porto, na sexta. Aos 59 anos, falou com a BLITZ sobre as suas peculiares memórias de Portugal, a importância da Natureza nas suas canções, o papel imorredouro da música na vida das pessoas e a forma como as redes sociais distorcem o mundo. “Apaguei [as minhas contas nas] redes sociais e voltei a olhar para os olhos das pessoas, voltei a sentir a sua energia. [A interação] voltou a ser verdadeira.”
Esta semana dará dois concertos em Portugal, em Lisboa e no Porto, Está entusiasmado com este regresso? Que memórias guarda de visitas anteriores ao nosso país?
Vou menos a Portugal do que a outros países europeus. Os promotores parecem sempre tentar que sejam ocasiões especiais - em vez de simplesmente me atirarem para uma sala às escuras e berrarem: “agora toca, macaco!” Lembro-me de ir ver fado. Lembro-me de alguém me dizer que eu sou o equivalente americano do fado. Lembro-me de uma vez que estava tão mal disposto que fiquei deitado nos bastidores até ao momento em que tive de entrar em palco, e depois de sair de palco tive de me deitar outra vez. E lembro-me de a minha mulher [a fotógrafa e cineasta Hanly Banks] tirar aquelas espectaculares fotos em movimento atrás do palco, numa das digressões.