observador.pt - 8 jul. 11:36
Taiwan espera alcançar equilíbrio comercial com EUA em negociações sobre tarifas
Taiwan espera alcançar equilíbrio comercial com EUA em negociações sobre tarifas
Líder de Taiwan quer alcançar um "equilíbrio comercial" com os Estados Unidos esperando "aprofundar as relações económicas e comerciais bilaterais com benefícios e complementaridades mútuas".
O líder de Taiwan expressou esta terça-feira confiança de que negociações tarifárias com os Estados Unidos alcancem um “equilíbrio comercial” e sirvam para “fortalecer a cooperação bilateral” em tecnologia e segurança nacional.
Durante uma videoconferência com a equipa de negociação taiwanesa, que se encontra nos Estados Unidos, William Lai Ching-te sublinhou que, face à política comercial do Presidente norte-americano, Donald Trump, Taiwan sempre insistiu em “aprofundar as relações económicas e comerciais bilaterais com benefícios e complementaridades mútuas”.
“O Presidente encorajou a equipa de negociação a ter como missão central a defesa dos interesses nacionais e industriais, bem como a proteção da saúde pública e da segurança alimentar, a fim de obter condições tarifárias favoráveis para o país”, indicou a porta-voz presidencial Karen Kuo, em comunicado.
O conteúdo da videoconferência, que contou com a presença dos principais líderes do Governo taiwanês, foi divulgado depois de Trump ter anunciado, na segunda-feira, que adiará de 09 de julho para 01 de agosto o fim da trégua tarifária concedida aos parceiros comerciais.
No entanto, o Presidente norte-americano enviou cartas a alguns dos parceiros, com as novas taxas, a menos que eliminem os seus impostos e barreiras comerciais, destacando o Japão e a Coreia do Sul, aos quais aplicaria taxas de 25%.
O Executivo taiwanês indicou esta terça-feira que não tinha recebido qualquer notificação por parte dos Estados Unidos e que a vice-primeira-ministra, Cheng Li-chiun, continua a negociar em nome de Taipé.
Após o anúncio das chamadas “tarifas recíprocas”, que no caso de Taiwan ascendiam a 32%, Taipé propôs iniciar negociações comerciais com Washington com base na premissa de “tarifas zero”, acelerar a aquisição de produtos norte-americanos, aumentar os investimentos nos EUA e “eliminar as barreiras comerciais não tarifárias”.
Se a negociação falhar e os EUA impuserem impostos sobre os semicondutores — principal trunfo de exportação da ilha — ou reativarem as chamadas “tarifas recíprocas”, o impacto sobre a economia taiwanesa seria significativo.
Taipé já admitiu que teria dificuldades em crescer acima de 3% este ano se esse cenário se concretizar.