observador.ptobservador.pt - 8 jul. 16:31

O dia 100 de um canibal que não vive sem mostrar a sua força: Pogacar bate Van der Poel ao sprint depois de grande trabalho de Almeida

O dia 100 de um canibal que não vive sem mostrar a sua força: Pogacar bate Van der Poel ao sprint depois de grande trabalho de Almeida

Numa etapa com final explosivo, Almeida mostrou que está em forma e, depois de lançar o ataque de Pogacar que partiu o grupo, voltou a lançá-lo... para o triunfo. Esloveno somou 100.ª vitória.

Depois do vento e do ataque fulminante de Mathieu van de Poel (Alpecin-Deceuninck), a terceira etapa da Volta da França prometia ser uma das mais monótonas e aborrecidas desta edição, mas deverá ser uma das mais marcantes. Afinal, num dia marcado pelas quedas, o camisola verde Jasper Philipsen (Alpecin) fraturou a clavícula e foi forçado a abandonar. Tim Merlier (Soudal Quick-Step) foi o mais rápido em Dunquerque e igualou Tadej Pogacar (UAE Team Emirates-XRG) na lista de ciclistas com mais vitórias em 2025: 11. João Almeida (Emirates) chegou integrado no pelotão, pelo que continuava dentro do top 15 da geral.

O stress anda na estrada e faz “vítimas”: Merlier vence, Philipsen desiste após queda, João fica em 15.º entre a aposta tática da Emirates

“Se nunca partiste a clavícula a andar de bicicleta, não correste o suficiente, porque isso acontece sempre. Ele [Philipsen] caiu direito… normalmente, consegues colocar um braço no chão, e há algo para amortecer a queda, mas foi mesmo no ombro direito. É preciso analisar onde isso começou. Não acho que a culpa seja de ninguém. É um risco ocupacional do que esses rapazes estão a fazer”, analisou Lance Armstrong no podcast The Move.

Para além desse incidente, a etapa de segunda-feira ficou ainda marcada por um gesto inusitado, mas que foi calculado ao pormenor: Tim Wellens passou em primeiro na única contagem de montagem, o Mont Cassel, e “roubou” a camisola das bolinhas ao companheiro Tadej Pogacar. Razão? Segundo explicou o diretor desportivo da Emirates, Matxín, ao Eurosport, o esloveno ganha “duas horas de recuperação” sem os compromissos inerentes à liderança de uma das classificações do Tour, que se prendem com os compromissos publicitários, os testes de doping e as entrevistas à imprensa. Ainda assim, houve também quem dissesse que Pogacar preferia envergar a camisola de campeão do mundo numa etapa que podia ficar marcada pela sua 100.ª vitória na carreira.

Assim, sem o primeiro camisola amarela desta edição, o pelotão começou a despedir-se do norte de França e embarcou no primeiro de três dias pela Normandia. Depois de 21 anos de ausência, Amiens voltou a acolher a partida de uma etapa que prometia espectáculo, com a chegada a registar-se em Rouen, 174 quilómetros e 2.050 metros de subida acumulada depois. Ainda assim, as dificuldades estavam reservadas para os últimos 30 quilómetros, que tinham duas subidas de terceira categoria e duas de quarta, a fazer lembrar uma clássica. Esta quarta etapa ficou ainda marcada pela história, já que foi em Amiens que Joana d’Arc batalhou, antes de ser executada em Rouen.

⛰️ The 4 climbs in the last 30 km promise a great battle!

⛰️ Les 4 ascensions dans les 30 derniers km promettent une belle bataille !#TDF2025 pic.twitter.com/p4voyERL9d

— Tour de France™ (@LeTour) July 8, 2025

Com a Alpecin a assumir o controlo da corrida, a iniciativa de Kasper Asgreen (EF Education-EasyPost), Lenny Martinez (Bahrain-Victorious), Thomas Gachignard (TotalEnergies) e Jonas Abrahamsen (Uno-X Mobility) pouco passou dos dois minutos de vantagem. Já dentro da fase final da etapa, Sepp Kuss (Visma-Lease a Bike) e Ilan van Wilder (Soudal) foram dois dos corredores afetados em duas quedas, com Pablo Castrillo (Movistar) a furar e Julian Alaphilippe (Tudor) a sofrer um problema mecânico. A 25 quilómetros de Rouen, um estreitamento de estrada causou mais uma queda e quebrou o pelotão, com Valentin Paret-Peintre (Soudal), Harold Tejada (XDS Astana) e Ben Healy (EF Education) a perfilarem-se como os mais afetados.

Na derradeira subida do dia, João Almeida lançou o primeiro grande ataque de Tadej Pogacar neste Tour, com apenas Jonas Vingegaard a conseguir seguir o seu ritmo. O grupo acabou por reagrupar-se — sem Primoz Roglic (Red Bull-Bora-hansgrohe) — e, novamente com o português a assumir a dianteira, Matteo Jorgenson (Visma) tentou surpreender, foi alcançado e, depois de Van der Poel lançar mais um sprint, Pogacar superiorizou-se por fora e somou a sua primeira vitória nesta Volta a França, a 100.ª na sua carreira. Vingegaard completou o pódio e o Bota Lume foi sexto, fechando o grupo à frente de Remco Evenepoel (Soudal), que perdeu três segundos. Roglic e Enric Mas (Movistar) chegaram a 32 segundos.

EL ???????????????????????????????????????????????? DE POGACAR ????

El maillot arcoíris invade Normandía y logra su victoria 100 como profesional ante Van der Poel.

????‍♂️ Lo has visto en @Eurosport_ES y @StreamMaxES. #TDF2025 pic.twitter.com/VI0vCnkyN4

— Eurosport.es (@Eurosport_ES) July 8, 2025

Na geral, Mathieu van der Poel continua na primeira posição, mas está agora em igualdade com Tadej Pogacar. Jonas Vingegaard �� terceiro, a oito segundos. João Almeida voltou a subir lugares e entrou pela primeira vez no top 10, ocupando o oitavo posto a 55 segundos do neerlandês. Logo atrás está Remco Evenepoel, a 58. Primoz Roglic é 13.º, a 1.27 minutos.

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