rr.pt - 8 jul. 15:40
Turismo em Lisboa já está "um bocadinho descontrolado" em "algumas noites e algumas épocas"
Turismo em Lisboa já está "um bocadinho descontrolado" em "algumas noites e algumas épocas"
Comentador da Renascença João Duque defende a criação de "zonas de lazer onde onde as pessoas não estão" para proteger quem vive na capital portuguesa.
Recentemente, o movimento cívico "Nova Plataforma Lisboa - As nossas Vozes", defendeu que "Lisboa vai-se transformando num imenso bar aberto de álcool e droga, que gera violência e insegurança".
Para o comentador da Renascença, João Duque, em "algumas noites e algumas épocas" o turismo já está "um bocadinho descontrolado".
"Pelo menos as pessoas queixam-se. Os moradores queixam-se, os cidadãos de Lisboa queixam-se", explica.
"O ideal seria termos a receita do turismo sem os turistas, mas isso é impossível", lamenta, acrescentando que a capital portuguesa está a sofrer de um fenómeno de massificação do turismo de que "algumas cidades se queixam muito", como "Veneza ou Barcelona", onde algumas pessoas já se manifestaram e onde alguns, inclusive, já "atacaram os turistas".
Para além disso, Lisboa já começa a gozar de alguma má reputação junto de quem nos visita, com alguns restaurantes "onde aparecem dois menus" - "onde há um preço para o português e outro para o inglês" - e onde se aplicam "taxas indevidas e ilegais aos turistas". Para João Duque, tal comportamento - ilegal - mostra que há "um excesso". "Se não, não se tratavam as pessoas assim", assegura.
Ou seja, "do ponto de vista económico", já se começa a sentir alguma "incompreensão" perante o fenómeno do turismo, especialmente graças aos "impactos muito negativos ao nível do preço da habitação". "As pessoas queixam-se muito que uma parte significativa da habitação poderia estar a ser usada de forma permanente por portugueses", exemplifica, falando dos alojamentos locais, que também podem ter um "efeito negativo".
O turismo tem, por isso, "efeitos positivos e negativos". "A partir de uma determinada altura começa a ser sufocante", admite, especialmente porque as pessoas "não sentem imediatamente o benefício" de Lisboa se ter tornado atrativa para o turismo.
"O ideal seria criar zonas de lazer onde onde as pessoas não estão. Quase como parques de diversão, porque se não, de outro modo, é absolutamente insustentável para as pessoas que lá vivem, não é?", sugere João Duque.