expresso.pt - 8 jul. 12:43
Grávida da Murtosa: ânimos exaltados à porta do tribunal após Fernando Valente ser absolvido
Grávida da Murtosa: ânimos exaltados à porta do tribunal após Fernando Valente ser absolvido
A família da grávida da Murtosa esperava que o tribunal condenasse Fernando Valente a 25 anos de prisão. No entanto, o empresário vai regressar à liberdade, após estar detido desde novembro de 2023, mais de um mês depois do desaparecimento da mulher de 33 anos
Fernando Valente, suspeito de ter matado a mulher grávida da Murtosa, que está desaparecida desde 2023, foi absolvido, esta terça-feira. À saída do tribunal a família não esconde a desilusão com a Justiça portuguesa, mas deixam uma promessa: "ele vai pagar por aquilo que fez" a Mónica Silva.
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“A justiça tem de ser feita”, insistem, por várias vezes, os familiares.
Sara Silva, irmã gémea da grávida, também não escondeu a revolta e deixou a ameaça no ar:
“Com calma, a situação também se vai resolver, porque ele vai pagar por aquilo que fez à minha irmã. Vai pagar. A minha irmã não está aqui, mas ele também não vai estar”, repete, por várias vezes, aos jornalistas.
Tribunal deu apenas como provado que o arguido se envolveu sexualmente com Mónica uma vezO tribunal deu apenas como provado que o arguido se envolveu sexualmente com a vítima pelo menos uma vez e que Fernando Valente adquiriu um cartão pré-pago que colocou num telemóvel antigo, para evitar a sua localização, tendo usado o mesmo para marcar um encontro com a vítima no dia 3 de outubro de 2023.
Resultou ainda provado que naquele dia o telemóvel de Mónica ativou uma antena que abrange o apartamento do arguido na Torreira, onde a acusação diz que terá ocorrido o crime, dando ainda como provado que, nos dias seguintes, o arguido e o pai procederam a uma limpeza profunda do apartamento.
Fernando Valente era suspeito de crimes de homicídio qualificado, aborto, profanação de cadáver, acesso ilegítimo e aquisição de moeda falsa para ser posta em circulação.
O julgamento realizado com tribunal de júri (composto por três juízes de carreira e oito jurados) decorreu à porta fechada, por decisão da juíza titular do processo, para proteger a dignidade pessoal da vítima face aos demais intervenientes envolvidos, nomeadamente os seus filhos.
Durante o julgamento, o arguido negou as acusações, voltando a reafirmar a sua inocência na última sessão, após as alegações finais.