Observador - 8 ago. 00:05
Imigração em Portugal: de “portas abertas” a “portas organizadas”
Imigração em Portugal: de “portas abertas” a “portas organizadas”
Portugal tem sido, historicamente, um país tolerante e acolhedor. Mas a fragilidade dos mecanismos de integração pode corroer essa abertura.
Nos últimos anos, Quando uma parte significativa da população vive à margem, sem acesso a direitos, a coesão social fica em risco. A perceção de sobrecarga dos serviços públicos e a concorrência por recursos alimentam tensões — não só entre portugueses e imigrantes, mas também dentro das próprias comunidades migrantes.
A imigração não é um problema — é uma realidade e uma oportunidade. Mas precisa de ser gerida com planeamento, regulação e dignidade. Isso implica:
- Desburocratizar e acelerar os processos (o novo limite de 9 meses é um passo positivo);
- Investir em infraestruturas e serviços públicos, para acompanhar o crescimento populacional;
- Combater a exploração laboral, com fiscalização eficaz e punição exemplar;
- Promover a integração ativa, com ensino da língua, reconhecimento de qualificações e redes de apoio;
- Reforçar o diálogo público, combatendo mitos e desinformação.
Portugal não pode continuar a ser um país de “portas abertas” sem critério. Precisa de ser um país de “portas organizadas” — onde quem chega encontra um sistema preparado para acolher, integrar e valorizar. Só assim garantiremos uma sociedade mais justa, coesa e resiliente.