observador.ptobservador.pt - 9 ago. 00:06

Companhia Narrativensaio leva "Anónimo Não é Nome de Mulher" ao Brasil

Companhia Narrativensaio leva "Anónimo Não é Nome de Mulher" ao Brasil

Estreada em 2023, a peça parte de factos passados em hospícios reais, onde foram encarceradas dezenas de milhares de pessoas. Dramaturga descreve-a como uma peça sobre o que é ser mulher ontem e hoje.

A companhia Narrativensaio apresenta, de 14 a 22 de agosto, em São Paulo, a peça “Anónimo Não é Nome de Mulher”, espetáculo baseado em histórias reais de mulheres internadas em hospícios durante regimes opressores.

De acordo com uma publicação na página da Direção-Geral das Artes, a primeira apresentação integrada na digressão no estado de São Paulo decorrerá no dia 14, no Centro Cultural Walmor Chagas, em São José dos Campos, seguindo-se o Teatro Flávio Império, no dia 16, o Teatro Municipal Mauá, na cidade homónima, no dia 20, e o Teatro Sérgio Cardoso, no dia 22.

Estreada em 2023, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão, a peça parte de factos passados em hospícios reais, onde foram encarceradas dezenas de milhares de pessoas, e representou a estreia da jornalista Mariana Correia Pinto enquanto dramaturga, descrevendo a obra como “uma peça sobre o que é ser mulher, no passado e hoje”.

“Uma peça que toca temas como as relações humanas, como a maternidade, como a igualdade — e a desigualdade — e, no fundo, acho que é uma peça sobre democracia e sobre a liberdade e sobre os limites da liberdade”, afirmou Mariana Correia Pinto à Lusa, na altura.

A autora do texto dramatúrgico explicou que a peça nasceu do encontro da diretora artística da companhia Narrativaensaio-AC, Luísa Pinto (que nesta obra é uma de duas intérpretes, a par de Maria Quintelas), com os livros “Malacarne: Mulheres e manicómios na Itália fascista”, da italiana Annacarla Valeriano (distinguida com o prémio Benedetto Croce em 2018), e “Holocausto Brasileiro”, da brasileira Daniela Arbex (que conquistou o segundo lugar do prémio Jabuti, em 2014, na categoria de Reportagem).

A autora da peça realçou que, ao lerem sobre o passado, em particular os séculos XIX e XX, constataram que havia paralelos com o presente: “Para mim, aquilo não tinha terminado completamente. Comecei a refletir sobre isto, as mulheres hoje em dia continuam a ser chamadas de loucas com muita frequência, continuam a lutar contra a opressão, continuam a partir atrás da meta, a igualdade continua a ser uma promessa”.

Para o encenador, António Durães, “o espetáculo parte desta premissa, desta verdade: mulheres eram afastadas da sua vida social, familiar, pelas razões mais absurdas, que não tinham nada a ver com a saúde mental, por razões políticas, afetivas, tantas razões e eram internadas como doentes mentais em sítios horrorosos, como são normalmente esses sítios, de uma forma completamente abusiva”.

Os figurinos são uma composição coletiva, estando a composição e interpretação musical a cargo de Cristina Bacelar e a luz de Francisco Alves.

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