observador.pt - 9 ago. 00:04
Newsletter/ Os "Números que Somos": das 3 folhas do caderno à tabela com 10 mil dados
Newsletter/ Os "Números que Somos": das 3 folhas do caderno à tabela com 10 mil dados
Um ficheiro com 10.642 dados não assustou o Martim Andrade. Em três dias, transformou um excel gigante no primeiro texto da nova série do Observador em parceria com a Netsonda: o tema é habitação.
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O ficheiro chegou a 28 de julho: 10.642 entradas só para os três primeiros temas. Para muitos, abrir um documento destes pode ser intimidante. Para o Martim Andrade, jornalista de Sociedade do Observador, não. No primeiro ano da licenciatura em Bioquímica teve uma cadeira de informática com muito Excel — tirou 18 valores — e desde então habituou-se a trabalhar com tabelas e dados complexos. Não chegou a terminar o curso — faltam-lhe três cadeiras — porque decidiu trocar o laboratório pela redação do Observador e seguir jornalismo. O conhecimento ficou e agora revelou ser muito útil para transformar em texto os números do projeto que vai estrear este sábado e fará o retrato dos portugueses em nove áreas.
Chama-se “Os Números que Somos” e resulta de uma parceria entre o Observador e a Netsonda, que este ano celebra 25 anos. Durante nove semanas serão analisados nove temas: habitação, consumo, trabalho, educação, informação e comunicação, participação cívica, guerra e segurança, sociedade e saúde. A análise será do Martim, sob coordenação e edição de Leonor Riso, subeditora de Sociedade do Observador, com identidade visual de Rodrigo Marques Mendes e design e gráficos interativos de Miguel Feraso Cabral.
O documento recebido pela Leonor e pelo Martim — sobre os primeiros três temas — já vinha arrumado em separadores: valores absolutos, percentagens, diferenças estatisticamente relevantes, médias e métricas de análise com nomes que (a mim me) parecem códigos secretos (B2B e T2B — ele explicou-me que eram bottom to box e top to box, que servem para comparar os dois valores mais baixos e mais altos). Antes de começar a análise, a Leonor e o Martim tiveram uma breve sessão com Francisco Cabral, “partner” da Netsonda e coordenador do estudo, que lhes explicou o universo de inquiridos, a lógica das perguntas e as chaves para interpretar os números.
No seu caderno do Observador, com a caneta do Observador, Martim preencheu cinco páginas só com cruzamentos e notas sobre habitação — o primeiro tema da série, que tem estado na ordem do dia. Sublinhou depois no Excel, com uma cor diferente, o que achava significativo e assinalou dados a esclarecer com especialistas. Para os outros dois temas que já começou a trabalhar — consumo e trabalho — gastou “apenas” duas folhas para cada. Até agora. E, em apenas três dias, tirou daquele ficheiro gigante o texto final que este sábado poderá ler. (vou deixar-lhe o link nas recomendações de leituras, mas só quando estiver publicado conseguirá aceder)
Os dados vêm de um inquérito nacional a 800 portugueses entre os 18 e os 64 anos, representando diferentes regiões, géneros e gerações — dos baby boomers à geração Z. O painel da Netsonda tem cerca de 300 mil inquiridos e é renovado regularmente para evitar enviesamentos: “Procuramos 5 mil pessoas novas por mês”, explica Francisco Cabral, que também apresenta o estudo no podcast.
O primeiro tema, habitação, revela onde vivem os portugueses, que custos suportam e como variam as condições das casas, com diferenças claras entre idades, géneros e regiões. Depois virão os restantes temas — consumo, trabalho, educação, informação e comunicação, participação cívica, guerra e segurança, sociedade e saúde — até chegarmos aos nove. Sempre aos sábados, no site, na rádio e em podcast, vamos ficar a saber, semana a semana, “Os números que Somos”.
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