sol.sapo.ptJoana Andrade - 8 ago. 14:22

Franzina política da Região Metropolitana

Franzina política da Região Metropolitana

A fraca política é apenas responsabilidade dos políticos fracos. Neste domínio a evidência mostra que fraqueza pertence essencialmente ao PCML.

A Região Metropolitana de Lisboa tem hoje uma intensidade de interação no quotidiano dos seus residentes justificativa de uma maior integração no processo de decisão municipal de uma visão intermunicipal cujo epicentro e liderança deveria, naturalmente, residir na Câmara Municipal de Lisboa.

Em primeira instância deveria estar debaixo da responsabilidade dessa visão, a adequada fusão da solução dos transportes públicos, rodoviários, ferroviários e fluviais de modo a garantir uma adequada resposta ao cidadão que diariamente atravessa vários dos municípios da Região Metropolitana. A mobilidade diária intermunicipal atinge atualmente centenas de milhares de pessoas e centenas de milhares de veículos e a inaptidão para solucionar está patente no excesso de trânsito, nos engarrafamentos, na dificuldade em estacionar e na escassez de transportes públicos modernos e rápidos. Justifica-se uma política de desenvolvimento e modernização integrada das soluções de transporte que são efetivamente relativamente ineficientes e exageradamente desintegradas.

Ainda associado ao tema da mobilidade na região metropolitana de Lisboa existe a necessidade de planear de forma integrada e intermunicipal as futuras diversas novas travessias do rio Tejo. O planeamento e investimento nessas frentes (modernização do transporte publico, construção de novos parques de estacionamento públicos que alberguem na região metropolitana de Lisboa cerca de 150.000 novos lugares, e a construção de 3 novas travessias) constituem elementos essenciais ao desenvolvimento sustentável da região e à qualidade de vida das pessoas.

Esta visão da integração intermunicipal deveria ser extensível a várias outras matérias das quais destaco as seguintes:

Uniformização de processos camarários com vista à maior digitalização e desburocratização;

Gestão dos procedimentos de recolha, reciclagem e transformação de resíduos;

Gestão da segurança;

Definição de uma estratégia global de desenvolvimento e inovação económica.

Depende essencialmente da vontade política, depende essencialmente da liderança da Câmara Municipal de Lisboa, depende da ambição e da visão para a região. A evidência mostra-nos, contudo, uma quase ausência de liderança ou de pensamento estratégico para a região metropolitana.

O PCML apesar de um orçamento anual que se aproxima de €1,5 biliões, prefere distribuir medalhas numa elite proxy de jet set e prefere que a policia municipal se dedique diariamente em vários pontos da cidade a multar os veículos que circulam a mais de 50km/h do que atuar contra os vendedores ambulantes ilegais que se encontram espalhados por toda a cidade nos pontos mais turísticos a contribuírem para a criação de uma imagem de país subdesenvolvido, ou ainda a contribuírem para a desobstrução do trânsito em várias artérias da cidade onde cargas e descargas ou deficiente paragem contribuem para o agravar do trânsito cada vez mais poluidor e caótico.

A fraca política é apenas responsabilidade dos políticos fracos. Neste domínio a evidência mostra que fraqueza pertence essencialmente ao PCML l

CEO do Taguspark, Professor universitário

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