publico.pt - 9 ago. 18:01
Volta a Portugal: Hugo Nunes fez vingar fuga ao sprint em Bragança
Volta a Portugal: Hugo Nunes fez vingar fuga ao sprint em Bragança
Amarela de Pau Marti resistiu em etapa que teve em Calum Johnston um líder virtual. Perseguição só não alcançou um dos 12 fugitivos.
Hugo Nunes (Credibom - LA Alumínios) venceu este sábado a terceira etapa da 86.ª edição da Volta a Portugal, cortando a meta em Bragança, após quase 180 quilómetros da tirada mais longa da prova, percorrida em 4h44m17s, num sprint que fez vingar, à justa, a fuga do dia, já com Caleb Classen e Iúri Leitão à perna, na iminência de "estragar" a escapada.
Pau Marti arrancou de amarelo, em Boticas, e manteve a liderança em Bragança, numa jornada em que foi preciso acelerar no final para evitar a troca no comando da prova.
A fuga do dia começou cedo, com uma dúzia de ciclistas a conquistarem cerca de minuto e meio em menos de 15 quilómetros, sensivelmente à passagem do primeiro prémio de montanha, em Alturas de Barroso, onde Nicolás Tivani (Aviludo) foi o primeiro.
A etapa mais longa da 86ª Volta a Portugal Continente é hoje, de Boticas a Bragança ??
— Volta a Portugal (@VoltaPortugal) August 9, 2025
Pelo meio o pelotão encontra 4 PM (Alturas do Barroso,Serra do Brunheiro, Rebordelo e Serra da Nogueira) e 3 MV (Chaves, Vinhais e Bragança) ??
Quem vencerá a 21ª chegada a Bragança? ?? pic.twitter.com/PHLc0kHOVN
Destaque para a Caja Rural, que colocou três unidades na escapada iniciada por Joseba López, mas em que Calum Johnston (19.º, a 43 segundos do líder) era, juntamente com Kieran Haug (Project Echelon), a 46 segundos, e Adam Lewis (Team Skyline), a 54 segundos, o principal interessado do sucesso da fuga.
Pelotão eleva ritmoO britânico foi mesmo líder virtual, mas não resistiu ao ritmo imposto pelo pelotão nos 20 quilómetros finais, já com Bragança no horizonte.
O vencedor da primeira etapa, no Sameiro, proeza que pensou poder repetir na chegada a Fafe, onde acabaria por perder mais de 15 minutos depois de ter sido líder virtual da Volta, provou que a “crise” na passagem pela Casa do Penedo foi já superada, estando de novo pronto para discutir etapas.
Tivani impôs-se, de resto, na meta volante de Chaves e no prémio de montanha (2.ª categoria) da Serra do Brunheiro, tendo sido terceiro no “alto” de Rebordelo (3.ª categoria)
Com a jovem equipa do camisola amarela, Pau Marti, à espera de colaboração de outras equipas para manter a fuga sob controlo, mas sem a obsessão de garantir a liderança da prova a qualquer custo, a fuga – integrada pelos referidos três ciclistas a menos de um minuto de Pau Marti – ganhou rapidamente tempo para o pelotão, que superou os seis minutos e meio de vantagem a cerca de 70 quilómetros da meta.
Anicolor esmaga fugaE a fuga venceu, Hugo Nunes triunfa na chegada a Bragança! ????
— Volta a Portugal (@VoltaPortugal) August 9, 2025
E não há duas sem três! Etapa, camisola Galp e camisola Câmara Municipal de Paredes ??????
?? Podium Events / Matias Novo pic.twitter.com/1JPG8JQc4c
Diferença que levou a Anicolor, equipa que tem três ciclistas nos quatro primeiros lugares, a agir à passagem dos 120 quilómetros, quando faltavam cerca de 60 para a meta. Rúben Pereira colocou os sete homens na perseguição, o que em menos de 20 quilómetros esmagou a margem da fuga, reduzindo-a a menos de três minutos.
Diferença que voltaria a aumentar na Serra de Nogueira, à entrada dos últimos 40 quilómetros, fazendo prever uma aproximação desenfreada do pelotão a Bragança, com a Israel Premier a ir para a frente e a encurtar de novo distâncias, entrando nos 20 quilómetros finais a 1m30s da dianteira.
Na fuga, com a maioria mais interessada em vencer a etapa do que em manter uma vantagem que permitisse à Caja Rural reclamar a amarela, os últimos quilómetros foram fatais para Calum Johnston, que viu esfumar-se a possibilidade de envergar a amarela na etapa da Senhora da Graça - a primeira que fará verdadeiramente uma selecção de candidatos à vitória da Volta a Portugal -, entrando nos 15 quilómetros finais já sem possibilidades de chegar à liderança.
Adam Lewis ainda tentou destacar-se, num trio formado por Tiago Leal (RP Paredes Boavista) e Hugo Nunes (Credibom-LA Alumínios) que o pelotão manteve a margem segura (20 segundos), pelo que Pau Marti precisaria apenas de preocupar-se com as bonificações numa chegada ao sprint.
Preocupação desnecessária, já que dois “sobreviventes” (Caleb Classen substituiu Lewis) da escapada resolveram o problema, deixando os sprinters a escassos metros de ditarem as suas leis.