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Maquinistas de Espanha pedem para baixar velocidade máxima de comboios por "saltos" nas linhas

Maquinistas de Espanha pedem para baixar velocidade máxima de comboios por "saltos" nas linhas

Comboios de alta velocidade mais recentes da Renfe sofreram fissuras nos últimos meses. Um porta-voz do sindicato refere que "o uso intensivo das linhas com tantos operadores exige uma manutenção significativamente maior".

Uma série de imperfeições em algumas linhas de alta velocidade na Espanha levou o maior sindicato de maquinistas do país a pedir à gestora da rede ferroviária espanhola uma redução da velocidade máxima. O problema pode estar ligado a uma série de quebras em componentes de alguns comboios, como os mais recentes comboios de alta velocidade da Renfe, a transportadora pública de Espanha.

Segundo o elEconomista.es, o sindicato de maquinistas pediu para reduzir de 300 km/h para 250 km/h a velocidade máxima nas linhas entre Madrid e Sevilha, Málaga, Valência e Barcelona, que representam uma parte importante da rede de alta velocidade espanhola.

O sindicato aponta que as imperfeições nas linhas não são, por si só, perigosas para a circulação dos comboios. Contudo, são tantas que, em conjunto, fazem os comboios "saltar muito" e "vibrar muito" a 300 km/h, o que se torna um problema de conforto e de segurança.

Um porta-voz do sindicato refere que "o uso intensivo das linhas com tantos operadores exige uma manutenção significativamente maior" — grande parte das linhas de alta velocidade em Espanha conta com serviços da Renfe, tanto na versão habitual como o serviço low-cost Avlo, da SNCF através da marca low-cost Ouigo, e ainda da Iryo, operadora que já mostrou interesse em operar em Portugal.

"Há muitas imperfeições pequenas ou insignificantes na via que, por si só, não constituem qualquer tipo de limitação", disse o mesmo porta-voz, apontando que as vibrações provocaram fissuras em conjuntos de rodados de comboios (conhecidos como bogies), como aconteceu com o modelo mais recente comprado pela Renfe à espanhola Talgo.

Essas fissuras, das quais surgiram fotos nas redes sociais, levaram outro sindicato ferroviário espanhol a pedir a paragem de todos os comboios desse modelo.

Os comboios Avril têm sido afetados por vários problemas desde o início da circulação, há um ano — demasiado ruído e vibrações, avarias que imobilizam os comboios em plena viagem, e até um problema de software que, a 1 de janeiro, não reconheceu a mudança para o ano de 2025, levando a bateria a desligar-se. Tudo depois de atrasos nas primeiras entregas — o comboios é o primeiro com capacidade bi-bitola a poder circular acima dos 300 km/h.

A ADIF, gestora da infraestrutura ferroviária espanhola, já terá inspecionado cerca de 150 quilómetros da linha entre Madrid e Barcelona, depois de denúncias de maquinistas. A ADIF reforçou as equipas de compactação e estabilização dos troços, mas prevê que os trabalhos continuem por vários meses.

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