Gonçalo Morais - 9 ago. 12:39
No other land
No other land
É urgente um plano de auxílio sanitário e alimentar em Gaza, que constitua um primeiro passo para a reconstrução do território.
A propósito do Ruanda, o jornalista e escritor Philip Gourevich escreveu que «a promessa do Ocidente, após o Holocausto, de que o genocídio nunca mais seria tolerado provou ser vã, e, apesar dos belos sentimentos inspirados pela memória de Auschwitz, o problema permanece: denunciar o mal está muito longe de fazer o bem».
Como sucede hoje com os palestinianos em Gaza, em que o suplício de reféns inocentes e o horror do 7 de outubro é invocado como justificação, também então se relativizou o genocídio de um grupo étnico por preexistir um contexto histórico. Os tutsis – a elite política e económica do Ruanda, alegadamente com características físicas próximas dos colonizadores – haviam subjugado os hutus durante décadas.
Israel não conseguiu impedir o 7 de outubro, foi incapaz de libertar os reféns e, apesar da estratégia de terra queimada, não eliminou os terroristas em Gaza, que continuam a exibir a sua resiliência sempre que ocorrem trocas de reféns por prisioneiros. Nem que, para isso, seja criada uma força de interposição, na qual os Estados Unidos e os países árabes se devem envolver.