sol.sapo.ptsol.sapo.pt - 9 ago. 10:31

Trump exige a Putin que reúna com Zelensky

Trump exige a Putin que reúna com Zelensky

Vladimir Putin continua a afirmar que não estão reunidas as condições para um encontro com Zelensky, mas Trump continua a exercer pressão sobre o líder russo para forçar um encontro de alto nível entre Kiev e Moscovo.

A resolução do conflito entre a Rússia e a Ucrânia revelou-se mais complexa que aquilo que o Presidente norte-americano, Donald Trump, certamente esperaria. O republicano adotou o fim do conflito em 24 horas como uma das principais bandeiras da sua campanha eleitoral, garantindo que, para que tal acontecesse, bastaria sentar os dois intervenientes – Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin – à mesa. Ao fim de pouco mais de seis meses, o encontro ainda não aconteceu, mesmo que a Casa Branca e até Kiev se tenham esforçado para que a reunião de alto nível acontecesse.

À medida que a segunda presidência Trump foi avançando, o que foi caracterizado como uma política de apaziguamento de Washington em relação a Moscovo – numa aproximação que foi evidente -, a paciência do Presidente dos EUA foi-se esgotando à medida que Putin fugia das negociações e intensificava os bombardeamentos às cidades ucranianas.

A paciência acabou por se esgotar de vez quando Trump lançou um ultimato a Vladimir Putin há cerca de duas semanas. O ultimato – que previa «tarifas muito severas» impostas pelos EUA à Rússia caso esta última não colocasse um ponto final na guerra – acabaria hoje. Segundo o repórter da Time Nik Popli, «[a]inda não está claro se Putin concordará com o ultimato de Trump ou se o Kremlin considera a ameaça de sanções credível o suficiente para forçar uma mudança significativa na sua campanha militar. Putin pode oferecer um cessar-fogo parcial que envolva a suspensão dos ataques com mísseis e drones que a Rússia intensificou contra cidades ucranianas nos últimos meses – atingindo apartamentos, maternidades, transportes civis e um parque infantil -, mas tal cessar-fogo parcial não impediria a Rússia de avançar no leste da Ucrânia, onde conquistou cerca de 900 milhas quadradas desde dezembro, de acordo com dados do think tank Institute for the Study of War».

Ainda assim, com o resultado do ultimato ainda em aberto, e segundo a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, «[o]s russos manifestaram o desejo de se reunir com o presidente Trump, e o presidente está aberto a se reunir tanto com o presidente Putin quanto com o presidente Zelensky». Este anúncio foi feito na sequência do encontro do enviado especial de Trump, Steve Witkoff, com o líder russo.

A confirmação de um encontro cara a cara com Putin foi avançada ontem pelo Kremlin, quando o seu porta-voz, Yuri Ushakov, disse que «[p]or sugestão do lado americano, foi alcançado um acordo para a realização de uma reunião bilateral do mais alto nível nos próximos dias, isto é, um encontro entre o presidente Vladimir Putin e Donald Trump». E Volodymyr Zelensky?

O Presidente ucraniano tem demonstrado ao longo dos últimos meses o desejo de se reunir com Putin, um apelo que ainda não foi atendido. Nem parece estar para breve. Witkoff levantou o tema da reunião a três na sua visita a Moscovo, mas, de acordo com Ushakov, citado pela RTP, essa proposta não mereceu comentários da parte russa: «Propomos, antes de mais, concentrarmo-nos na preparação de uma reunião bilateral com Trump e acreditamos que o principal é que esta reunião seja bem-sucedida e produtiva».

Por seu lado, Zelensky disse que a Ucrânia «não tem medo das reuniões e espera a mesma abordagem ousada do lado russo. É tempo de acabar com a guerra». O líder ucraniano sublinhou ainda que a Europa, marginalizada há largos meses do processo de negociações de paz, deveria ter uma palavra a dizer: «A guerra está a acontecer na Europa, e a Ucrânia é parte integrante da Europa […]. A Europa deve, por isso, participar no processo», disse, citado pela RTP.

Mas, como avançou o Observador, Trump «só se encontrará com […] Putin, se o líder russo também se reunir com Volodymyr Zelensky».

Por isto, a reunião cara a cara entre Putin e Trump – a primeira entre um presidente americano e o presidente russo desde o início da invasão – ainda não está confirmada, ficando a depender da decisão russa de concordar ou não em participar numa reunião de alto nível com a Ucrânia.

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