publico.pt - 9 ago. 16:10
Paixão pelo futevôlei une imigrantes em Portugal e já deu até em casamento
Paixão pelo futevôlei une imigrantes em Portugal e já deu até em casamento
A praia de Carcavelos, na região metropolitana de Lisboa, se tornou um ponto de encontro de praticantes do futevôlei. Esporte tem aproximado imigrantes e portugueses.
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A advogada Amanda Hollerback, 39 anos, o administrador Erick Kretzu, 49, e a atriz mirim Valentina Melleu, 12, têm, todos os dias, um encontro marcado na praia de Carcavelos, na região metropolitana de Lisboa. Apaixonados pela prática do futevôlei, eles formam uma comunidade cada vez maior de imigrantes, sobretudo brasileiros, que encontraram na atividade esportiva um meio de socialização e integração na vida portuguesa. O desejo de fazer amigos e ter uma qualidade de vida saudável são os ingredientes que unem os jogadores.
Erick Kretzu, nascido no Rio de Janeiro, tem uma empresa credenciada para a prática do futevôlei na praia de Carcavelos. Ele explica que, no começo as atividades com o futevôlei, era difícil formar equipes para as disputas que ocorrem periodicamente nas praias, por falta de interessados. Hoje, porém, tem mais de 100 praticantes do esporte e as duas redes que ele dispõe nas areias mal dão para atender os jogadores. "É uma alegria que faz bem para a saúde e para a cabeça", afirma ele.
Foi o coração que levou a advogada gaúcha Amanda, de Porto Alegre, especialista em imigração, a se interessar pelo futevôlei. Ela conheceu o esporte por meio de um namorado carioca. E deu em casamento. “Já tinha experiência com futebol e com vôlei e, quando conheci meu namorado, que hoje é meu marido, me apaixonei pelo futevôlei e comecei a treinar. Agora, estou viciada. Foram duas paixões ao mesmo tempo”, afirma.
Relaxar e se divertirPara a gaúcha, a sua atividade profissional é bastante estressante, mas a prática esportiva diária é revitalizante. Amanda frisa que o maior problema na advocacia de imigração “é tratar qualquer coisa com a AIMA (Agência para a Integração, Migrações e Asilo), pois é muito complicado, devido à falta de informações, que dificulta a solução de questões básicas”. Enquanto o Estado português não soluciona os problemas com a AIMA, o jeito é relaxar e se divertir nas areias de Carcavelos.
Brasileiros jogam futevôlei na Praia de Carcavelos Djan VasconcelosMãe de dois filhos, a advogada destaca que não vive sem o futevôlei e que, depois que deixa o horário de trabalho, tudo muda. “No futevôlei, esqueço meus problemas. É um momento meu, pratico esporte, libero meus hormônios bons, me reequilibro. É algo muito importante para mim jogar todos aqui. Todo mundo deveria ter momentos como esse, pelo menos meia horinha por dia”, aconselha.
Natural da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, Valentina Melleu, com 135 mil seguidores nas redes sociais, participa das sessões de treinamento de futevôlei duas vezes por dia. “Eu adoro isso aqui”, enfatiza ela, que lida com a fama desde muito cedo. “Desde pequena, já era modelo, influenciadora e atriz. Fiz alguns trabalhos na tevê, uma série, B.O., na Netflix, e a novela Amor Perfeito, da Globo”, relata.
Valentina está há três meses em Portugal. "Sou apaixonada pelo futevôlei. Encontro todo mundo, amigos que já fiz na praia, meus professores. É tudo muito legal”, enfatiza. Enquanto se diverte com o esporte, ela aguarda convites para atuar, estuda teatro e acompanha as aulas em um colégio no Estoril, onde está matriculada.
Entusiasmada, a brasileira envia um recado para outras meninas sobre o futevôlei: “Comecem! Só comecem! No início, é um pouquinho difícil, mas, depois, você pega a manha e se apaixona, não vai querer sair mais daqui. Experiência própria”.
Como uma famíliaA necessidade de juntar a comunidade brasileira e de difundir a prática do futevôlei foi a principal motivação para que o professor Erick Kretzu implantasse a escolinha que mantém em Carcavelos. Para ele, a iniciativa, que ganhou corpo em 2019 com torneios periódicos e está registrada na Federação Nacional de Futevôlei (FNFV), já é um caso de sucesso e Kretzu arrisca dizer que “é uma das maiores escolas de futevôlei da Europa”.
A federação, por sinal, ressalta que o número de alunos praticantes do esporte vem crescendo gradativamente ao longo dos anos, com aulas diárias. Erick afirma que os cursos que ministra no Footvolley Club contam com vários portugueses, a maioria da escola secundária de Carcavelos. Ele também se desloca para dar aulas nas escolas da rede oficial de Cascais. Com o slogan “Mais que um clube, uma família”, o treinador atende alunos iniciantes, intermediários e avançados.
Artur Ribeiro, 18 anos, natural de Recife, participa há dois anos dos treinamentos de futevôlei, agora, auxiliando alunos da escolinha de Erick. “Somos uma família. Para a geração de hoje que vive nas redes sociais, o esporte ajuda muito na socialização, além de divertir bastante. Fiz muitos amigos. É como se fosse uma casa para mim, onde aprendo coisas novas e aperfeiçoo o conhecimento do esporte”, ressalta.
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