observador.ptobservador.pt - 13 ago. 23:57

APA notifica Águas do Centro Litoral a instalar sistema que impeça efluente de chegar ao rio Lis

APA notifica Águas do Centro Litoral a instalar sistema que impeça efluente de chegar ao rio Lis

A APA pediu à AdCL para "instalar, com caráter de urgência, um sistema de retenção do efluente, de forma a reduzir significativamente ou mesmo impedir a sua descarga no rio Lis".

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) notificou a Águas do Centro Litoral (AdCL) a instalar um sistema de retenção para impedir a descarga de efluente no rio Lis na sequência da avaria numa estação elevatória no concelho de Leiria.

Numa nota, a APA informou esta quarta-feira que notificou aquela empresa para, “além de realizar todas as diligências para reparar, o mais rapidamente possível, o sistema de bombagem associado” à estação elevatória, “instalar, com caráter de urgência, um sistema de retenção do efluente, de forma a reduzir significativamente ou mesmo impedir a sua descarga no rio Lis”.

A APA adiantou que, em articulação com o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (GNR), “já acionou todos os mecanismos legais aplicáveis, incluindo os sancionatórios”.

Esta quarta-feira, a AdCL divulgou que a estação de Monte Real (Leiria), que eleva efluente para a estação de tratamento de águas residuais do Coimbrão, está “temporariamente inoperacional devido a uma avaria nas bombas que compõem o sistema de elevação”.

Perante a sua inoperacionalidade, “foi acionado o sistema de descarga de emergência da estação, bem como da estação elevatória a montante (Serra de Porto do Urso)”, explicou a empresa, referindo que “estas descargas ocorrem, respetivamente, no rio Lis e numa vala de rega adjacente”.

A AdCL garantiu que “estão a ser tomadas todas as medidas necessárias para resolver” a avaria o mais rapidamente possível.

Esta situação levou à interdição de banhos na Praia da Vieira, na Marinha Grande, onde desagua o rio Lis, e o Município de Leiria desaconselhou atividades no troço do rio Lis, a jusante de Monte Real, como captações para rega, banhos e pesca.

Na nota, a APA esclareceu que a avaria foi registada às 10h00 de terça-feira e “deixou a instalação inoperacional, provocando que fosse acionada a descarga de emergência”.

“Esta situação tem impacto na qualidade dos recursos hídricos do rio Lis, a jusante deste ponto, com possíveis consequências para as zonas balneares”, sobretudo para a Praia da Vieira”, admitiu a APA que, por precaução, desaconselhou os banhos.

Assegurou ainda que está a monitorizar, em articulação com a Câmara da Marinha Grande e serviços de saúde, “a qualidade da água no rio Lis e nas zonas balneares potencialmente afetadas”, monitorização que “será efetuada diariamente até que esteja normalizada a situação”.

Está igualmente a “acompanhar, de forma contínua, a evolução dos trabalhos de reparação” por parte da AdCL, entidade gestora do sistema em alta de recolha e tratamento de águas residuais na região de Leiria.

Esta quarta-feira, a Guarda Nacional Republicana (GNR) revelou que está a investigar a poluição no rio Lis na sequência da avaria.

O capitão Daniel Matos, do Comando Territorial de Leiria da GNR, disse à Lusa que “esta situação tem grave impacto na fauna e flora locais”, havendo já “evidências desse impacto com fauna morta, sobretudo peixes”.

A GNR afirmou que, através do Núcleo de Proteção Ambiental, deslocou-se na manhã desta quarta-feira à estação, “onde realizou diligências de investigação relacionadas com a fonte poluidora”.

Além de testemunhos, a GNR recolheu “amostras de águas residuais e de águas superficiais, destinadas a avaliação do grau de degradação da qualidade da água”, diligências que visam “a comunicação ao Ministério Público e a execução das respetivas ações de investigação criminal”.

Já a Câmara de Leiria, em comunicado, sustentou que se está perante uma “grave ocorrência ambiental”, que “levou à descarga direta de efluentes não tratados no rio Lis”.

Exigindo à AdCL “a adoção imediata de medidas de contenção e reparação dos danos causados”, o município, liderado por Gonçalo Lopes, pede também à empresa a “implementação de soluções que previnam a repetição de situações” idênticas.

A autarquia reclamou também o “esclarecimento cabal” sobre o acidente, defendendo a criação de uma comissão de inquérito, além da garantia das “respetivas compensações ambientais e sociais”.

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