sol.sapo.pt - 14 ago. 18:51
Confiança financeira gera mais consumo
Confiança financeira gera mais consumo
Categorias como lazer, restaurantes e eletrónica tiveram maior consumo.
Os portugueses consumiram mais em 2024 e mostraram-se mais confiantes quanto ao futuro da economia. Esta é uma das principais conclusões do ConsumerSignals Annual Report 2024, da Deloitte.
No nosso país, revela a análise, os portugueses mostraram maior predisposição para consumir, especialmente em categorias como lazer, restaurantes e eletrónica durante o último ano, «refletindo maior confiança económica». Nesse mesmo período (2024), a percentagem de consumidores que se sentia financeiramente confortável aumentou para 37%, «refletindo uma recuperação da confiança e da estabilidade económica face ao ano anterior».
Numa reação a estes resultados, João Paulo Domingos, Partner e Líder da indústria de Consumer, considerou que, «apesar de os indicadores do ConsumerSignals mostrarem uma recuperação dos níveis de consumo ao longo do ano passado, os portugueses tenderam a consumir de forma seletiva, dentro de um orçamento controlado». E acrescentou que «o contexto de instabilidade mundial, marcado por uma grande imprevisibilidade nos mercados e uma escalada da inflação, conduziu a uma maior consciência nos gastos das famílias, em larga medida pelo aumento generalizado dos preços em vários produtos básicos».
O relatório revela que, ao longo de 2024, registou-se uma melhoria na perceção da situação financeira por parte dos portugueses. «Face ao ano anterior, os consumidores nacionais sentiram-se financeiramente mais estáveis, com um índice de bem-estar superior à média global», lê-se. E diz ainda que cerca de 37% dizem esperar uma melhoria da sua situação financeira no próximo ano – mais três pontos percentuais do que em dezembro de 2023.
Mas há também preocupações com o futuro e a segurança financeira, ainda que os consumidores mais jovens sejam mais otimistas. Dos 18 aos 34 anos, 52% acreditavam que a sua situação financeira irá melhorar, face a 46% no final de 2023.
«Apesar dos sinais positivos, Portugal manteve-se entre os países europeus mais apreensivos quanto ao aumento dos preços, com mais de metade dos consumidores a manter o foco na gestão desse impacto», lê-se ainda na nota, que acrescenta que, no que diz respeito às intenções de consumo, categorias como Lazer, Entretenimento e Viagens de Recreio (+1%), Restaurantes/takeaway (+1%) e Eletrónica e Mobiliário (+1%) cresceram ligeiramente face ao ano anterior. Já a Habitação (-4%) e o Supermercado (-3%) «perderam peso relativo nos gastos das famílias».