eco.sapo.pt - 14 ago. 11:08
Salário médio aumenta 6% para 1.741 euros no segundo trimestre
Salário médio aumenta 6% para 1.741 euros no segundo trimestre
Remuneração média por trabalhador subiu 6% entre abril e junho, face ao mesmo período do ano passado, e atingiu 1.741 euros, segundo o INE.
O salário médio dos trabalhadores portugueses voltou a aumentar. De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), no segundo trimestre, a remuneração média por trabalhador subiu 6% em termos homólogos, para 1.741 euros. Em termos reais (isto é, descontando a inflação), o salto foi de 3,7%
“A remuneração bruta total mensal média por trabalhador (por posto de trabalho) aumentou 6%, para 1.741 euros, no trimestre terminado em junho de 2025 (correspondente ao segundo trimestre do ano), em relação ao mesmo período de 2024″, informa o gabinete de estatísticas.
No trimestre anterior, o vencimento médio tinha subido 5,8%, o que significa que, entre abril e junho, os salários aceleraram.
A remuneração total é composta por duas partes: a base (que diz respeito ao vencimento base) e a regular (que soma ao vencimento base, nomeadamente, o subsídio de refeição).
No segundo trimestre do ano, só a componente base do salário médio português aumentou 5,7% para 1.281 euros, acelerando em 0,6 pontos percentuais face ao acréscimo que tinha sido registado no trimestre anterior.
Já a componente regular subiu 5,7% para 1.368 euros. Neste caso, a aceleração foi de 0,1 pontos percentuais, de acordo com o gabinete de estatísticas.
Por outro lado, o INE indica esta quinta-feira que, em termos reais, a remuneração bruta total mensal média aumentou 3,7% e as suas componentes regular e base aumentaram ambas 3,4%.
A explicar estas subidas estão o abrandamento dos preços e a aceleração dos vencimentos. “Em relação ao trimestre terminado em março de 2025, assistiu-se a uma desaceleração dos preços (com as taxas de variação homólogas a passarem de 2,3% para 2,2%) e a uma aceleração das remunerações reais (de 2,8% para 3,4% no caso da remuneração base, por exemplo)”, detalha o gabinete de estatísticas.
Salários da Função Pública sobem mais do que no privadoOs dados divulgados permitem também perceber a evolução dos salários médios em cada setor de atividade, sendo que, de acordo com o INE, os maiores aumentos homólogos da remuneração total média foram observados nas atividades de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (11,5%), seguindo-se as indústrias extrativas (9,6%). Já o menor acréscimo foi registado no setor dos transportes e armazenagem (0,5%).
“Tendo por referência a variação do IPC, em relação a junho de 2024, foram observadas variações reais positivas da remuneração para todas as secções da Classificação Portuguesa das Atividades Económicas (CAE), com exceção dos transportes e armazenagem (menos 1,7%)”, sublinha o INE.
Por outro lado, os dados mostram que os salários da Função Pública cresceram mais do que os do privado.
Nas Administrações Públicas, observou-se um acréscimo homólogo de 7,3% na remuneração total média por trabalhador, para 2.673 euros, no segundo trimestre. E em termos reais, a subida foi de 4,9%.
Em contraste, no setor privado, “onde se concentram 84,1% dos trabalhadores por conta de outrem da economia”, a remuneração total registou uma variação homóloga positiva de 5,7%, para 1.566 euros. Em termos reais, o aumento, neste caso, foi de 3,4%.
“As diferenças nos níveis remuneratórios médios entre o setor das Administrações Públicas e o setor privado refletem, entre outras, diferenças no tipo de trabalho realizado, na composição etária (com impacto na acumulação de capital humano e de experiência profissional) e nas qualificações dos trabalhadores que os integram”, explica o INE.
Custos das empresas com trabalhadores também aceleramO INE divulgou esta quinta-feira também os números mais recentes dos custos das empresas com cada hora trabalhada, e o segundo trimestre foi sinónimo de uma aceleração.
“No segundo trimestre de 2025, o Índice de Custo do Trabalho (ICT) registou um acréscimo homólogo de 5,2%. No trimestre anterior, tinha aumentado 4,4%”, realça o gabinete de estatísticas.
Este indicador é composto por duas partes: os custos salariais e os outros custos. Entre abril e junho, os custos com vencimentos aumentaram 5,3%, enquanto os outros custos subiram 5,1%, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Olhando apenas para os salários, é importante destacar que, no segundo semestre, estes custos saltaram 9,6% na Administração Pública, 3,7% na construção, 3% nos serviços e 2,8% na indústria.
“Comparativamente ao trimestre anterior, o acréscimo observado neste trimestre foi maior na Administração Pública (3,6% no trimestre anterior), menor nos serviços (5,4%) e na construção (4,6 %), tendo-se mantido inalterado na indústria (2,8%)”, aponta ainda o INE.
(Notícia atualizada às 11h39)