publico.pt - 14 ago. 12:34
Salário médio voltou a acelerar na Primavera
Salário médio voltou a acelerar na Primavera
Aumento real de 3,7% no trimestre terminado em Junho está sustentado em crescimentos mais robustos na agricultura, no sector público, nas empresas com 50 a 99 trabalhadores e nas tecnológicas.
O salário médio em Portugal subiu 6% no trimestre começado em Março e terminado em Junho, para 1741 euros. Doze meses antes, o valor da remuneração bruta total mensal média por trabalhador estava nos 1643 euros, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Esta variação nominal foi superior à registada no trimestre terminado em Março (5,8%). Descontando o efeito da inflação, medida pela variação de preços no consumidor, o salário médio cresceu, em termos reais, 3,7% durante a Primavera, um ritmo superior ao do trimestre precedente, quando o aumento real foi de 2,9%.
Os números mostram que o salário médio voltou a acelerar, depois de um abrandamento no início do ano.
Em termos homólogos, diz a autoridade estatística, "a remuneração bruta total mensal média aumentou em quase todas as dimensões (actividade económica, dimensão de empresa, sector institucional, intensidade tecnológica e intensidade de conhecimento)".
Porém, "os maiores aumentos" registaram-se na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (+11,5%), nas empresas de 50 a 99 trabalhadores (+7,1%), no sector público (+7,3%) e nas empresas de serviços de alta tecnologia com forte intensidade de conhecimento (+6,9%).
Os aumentos no sector público "puxaram" pelo desempenho nacional, com um aumento de 7,3%, superior ao do privado, onde se concentram 84,1% dos trabalhadores por conta de outrem.
Para estes, o salário médio teve uma variação homóloga positiva de 5,7% (de 1482 euros em Junho de 2024, para 1566 euros um ano depois).
No sector das administrações públicas (AP), a remuneração total média por trabalhador atingiu os 2673 euros (2492 euros um ano antes).
"As diferenças nos níveis remuneratórios médios entre o sector das AP e o sector privado reflectem, entre outras, diferenças no tipo de trabalho realizado, na composição etária (com impacto na acumulação de capital humano e de experiência profissional) e nas qualificações dos trabalhadores que os integram", justifica o INE, apontando que os trabalhadores do sector das AP "têm, em média, níveis de escolaridade mais elevados".