observador.ptobservador.pt - 14 ago. 10:33

Resolvida avaria em estação e descargas para o rio Lis em Leiria terminaram

Resolvida avaria em estação e descargas para o rio Lis em Leiria terminaram

Águas do Centro Litoral (AdCL) procurou reter efluente em infraestruturas existentes e geriu caudais no sistema de transporte de águas residuais para minimizar impactos ambientais e sanitários.

A avaria na estação elevatória de Monte Real, no concelho de Leiria, está resolvida, tendo terminado as descargas de efluentes não tratados para o rio Lis, anunciou esta quinta-feira a Águas do Centro Litoral (AdCL).

Numa informação enviada à Lusa, a AdCL referiu que a estação se encontra em funcionamento desde as 00h30 desta quinta-feira, depois da instalação da bomba de substituição ao final do dia de quarta-feira. “Desde esse momento [00h30], que a estação elevatória se encontra a elevar as águas residuais até à ETAR [estação de tratamento de águas residuais] do Coimbrão, estando totalmente reposto o escoamento da rede de drenagem, sem ocorrência de quaisquer descargas de emergência”, adiantou a empresa.

Ainda segundo a AdCL, para minimizar impactos ambientais e sanitários, “procurou reter efluente”, ao longo do dia de quarta-feira, “em infraestruturas existentes, assim como geriu caudais no sistema de transporte de águas residuais”. “A empresa continua a trabalhar em estreita colaboração com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a autoridade de saúde e os municípios afetados, acompanhando a situação e implementando todas as ações necessárias para mitigar eventuais impactos “, declarou.

Na quarta-feira, a AdCL divulgou que a estação de Monte Real, que eleva efluente para a ETAR do Coimbrão, estava “temporariamente inoperacional devido a uma avaria nas bombas que compõem o sistema de elevação”. Segundo a empresa, “foi acionado o sistema de descarga de emergência da estação, bem como da estação elevatória a montante (Serra de Porto do Urso)”, referindo que “estas descargas ocorrem, respetivamente, no rio Lis e numa vala de rega adjacente”. Esta situação levou à interdição de banhos na Praia da Vieira, na Marinha Grande, onde desagua o rio Lis, e o Município de Leiria desaconselhou atividades no troço do rio Lis a jusante de Monte Real, como captações para rega, banhos e pesca.

Já a APA revelou ter notificado a AdCL, entidade gestora do sistema em alta de recolha e tratamento de águas residuais na região de Leiria, a instalar um sistema de retenção para impedir a descarga de efluente no rio Lis. Numa nota, a APA divulgou que notificou aquela empresa para, “além de realizar todas as diligências para reparar, o mais rapidamente possível, o sistema de bombagem associado” à estação elevatória, “instalar, com caráter de urgência, um sistema de retenção do efluente, de forma a reduzir significativamente ou mesmo impedir a sua descarga no rio Lis”.

A APA esclareceu que, em articulação com o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (GNR), “já acionou todos os mecanismos legais aplicáveis, incluindo os sancionatórios”. “Esta situação tem impacte na qualidade dos recursos hídricos do rio Lis, a jusante deste ponto, com possíveis consequências para as zonas balneares”, sobretudo para a Praia da Vieira”, admitiu a APA que, por precaução, desaconselhou os banhos. A GNR de Leiria, por seu turno, revelou que está a investigar a poluição no rio Lis e que a situação tem “grave impacto na fauna e flora locais”, havendo já “evidências desse impacto com fauna morta, sobretudo peixes”.

No local, a GNR “realizou diligências de investigação relacionadas com a fonte poluidora”. Além de testemunhos, a GNR recolheu “amostras de águas residuais e de águas superficiais, destinadas a avaliação do grau de degradação da qualidade da água”, diligências que visam “a comunicação ao Ministério Público e a execução das respetivas ações de investigação criminal”.

A Câmara de Leiria sustentou que se está perante uma “grave ocorrência ambiental”, que “levou à descarga direta de efluentes não tratados no rio Lis”, e exigiu à AdCL “a adoção imediata de medidas de contenção e reparação dos danos causados”, e soluções para prevenir casos idênticos. A autarquia reclamou também a criação de uma comissão de inquérito e a garantia de “compensações ambientais e sociais”.

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