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Refinaria da Petrogal lidera as emissões de gases com efeito de estufa em Portugal

Refinaria da Petrogal lidera as emissões de gases com efeito de estufa em Portugal

A TAP continua a crescer, na análise feita pela Zero, enquanto a central eléctrica da Tapada do Outeiro teve uma queda de 80%. Mas as cimenteiras dominam cada vez mais o top 10 dos emissores.

As dez empresas e instalações que mais emitem gases com efeito de estufa em Portugal continuaram a ser, em 2024, as mesmas que em 2023, com a refinaria de Sines da Petrogal a manter o primeiro lugar, pelo quarto ano consecutivo. E, se de um ano para o outro houve uma redução de 11% no total de emissões de dióxido de carbono, verificou-se um aumento, também de 11%, nas emissões da Petrogal.

De um ano para o outro, o total de emissões de empresas e instalações portuguesas passou de 9.530.672 toneladas de dióxido de carbono (CO2, o principal gás com efeito de estufa) para 8.489.080 toneladas, segundo os dados da Comissão Europeia referentes ao registo de emissões associado ao Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), usados pela associação ambientalista Zero para fazer este ranking. É a tal redução de 11%. Só que dessa redução desacelerou-se: de 2022 para 2023, a diminuição tinha sido de 14%.

A refinaria da Petrogal em Sines aumentou até as suas emissões de gases com efeito de estufa em 2024: emitiu 2.630.513 de toneladas de CO2, quando no ano anterior se ficou por quase menos 300 mil toneladas (2.359.567).

Houve uma redução significativa das emissões das centrais térmicas a gás natural fóssil para produção de electricidade, após a desactivação da central do Pego e a entrada da Tapada do Outeiro num regime especial de reserva, podendo ser accionada em caso de necessidade. Mas, num futuro próximo, a refinaria de Sines deve continuar a dominar esta lista das maiores empresas e unidades industriais em Portugal que mais contribuem para o aquecimento global, salienta a Zero, em comunicado.

Cimenteiras a subir

Mas nos lugares cimeiros nota-se cada vez mais a importância das cimenteiras: as unidades da Cimpor de Alhandra e Maceira subiram ambas uma posição, de 2023 para 2024, e encontram-se agora em terceiro e quarto lugar nesta lista. A fábrica do Outão da Secil estava em sétimo lugar em 2023, e passou para quinto. A fábrica de Maceira-Lis da CMP – Cimentos Maceira e Pataias subiu igualmente um posto, e está agora em sétimo.

O expectável, diz a Zero, é que as centrais de ciclo combinado a gás natural fóssil e o sector cimenteiro continuem a destacar-se na lista dos maiores emissores de gases de estufa em Portugal entre as 136 empresas que declararam emissões em 2024 no âmbito do CELE.

Há, no entanto, outra tendência importante: o crescimento das emissões das companhias aéreas, nomeadamente da TAP. Nestas contas entram as empresas de transporte aéreo com sede em Portugal, mas são consideradas apenas as emissões de voos entre aeroportos na União Europeia e entre a UE e a Suíça — há uma vastidão de voos intercontinentais que não são contabilizados.

11% foi quanto as emissões de gases de estufa das empresas e instalações fabris portuguesas se reduziram, de 2023 para 2024

Ainda assim, a TAP subiu este ano para o segundo lugar na lista dos maiores emissores (com 1.161.766 toneladas), subido uma posição em relação aos valores de 2023, e a tendência, para a companhia de bandeira nacional, continua a ser de crescer, como acontece com o resto do sector da aviação.

A subida para o segundo posto da TAP deve-se, segundo a Zero, à grande queda de 80% das emissões da central eléctrica da Tapada do Outeiro (estava em segundo lugar em 2023, e passou para último nesta lista de dez em 2024 (271.909 toneladas, quando no ano anterior emitiu 1.334.848 toneladas).

Se tem havido grandes progressos em alguns sectores, o que se prevê é que a Europa não conseguirá cumprir as metas que se propôs, de reduzir em 55% as suas emissões até 2030. E mesmo essa meta seria insuficiente para cumprir os mínimos do Acordo de Paris. Uma análise da Agência Europeia de Ambiente (AEA), feita em 2024 com os dados das emissões de 2023, concluiu que a redução em 2030 na UE deverá ficar-se por 49%.

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